Postado originalmente por
Jorgao
Sergio, o projeto contempla todos intempéries que você imaginar. Falhas ocorrem, óbvio, mas água, qualquer projeto automotivo considera. Nos trollers algo mal pensado foi o pinga-pinga do eixo do limpador em cima da caixa de fusíveis, por exemplo. Mas, obviamente isso é bem fácil de resolver pra qualquer jipeiro. Veja no caso do Troller, tanto na adoção dos MWM 2.8 em 2001, quando da adoção do NGD 3.0, em 2006:
Em ambos, não existe central/caixa elétrica no compartimento do motor. Tudo fica no interior do veículo, na altura do volante. No caso dos 3.0, módulo de injeção fica atrás/acima do porta luvas e é vedado de fábrica. Decisões tomadas pensando na utilização off-road e bem razoáveis. Veja bem:
Você vai pra trilha sem carteira, sem documentos, sem celular, sem câmeras, sem alimentos, sem nenhum tipo de bagagem (roupas, acessórios, etc)? Se a água ultrapassou a altura do volante de um jipe, tudo isso foi pro brejo.
Ainda que ultrapasse, tanto num 2.8 quanto num 3.0, isso não causa a parada do veículo, mas obviamente exigirá desmontagem de todo painel e caixa de ar para limpeza e higienização. O tanto de trabalho de desmontagem é pequeno comparado a retirar fusíveis e relês e dar um banho de limpa-contato tanto pra 2.8 quanto pra 3.0, pois ambos vão precisar estar com lanternas, faróis baixos, faróis altos, setas, alertas, limpador de parabrisa, tomada 12V, guincho, painel (velocímetro, conta giro, marcador de combustível), ventilador interno, ar-condicionado (para os que usam), vidros e travas elétricas (para os que tem), alarme (dificil achar um 4x4 sem um), etc, tudo isso funcionando pra sair da trilha e trafegar em estradas seguramente, com conforto e respeitando a legislação.
Agora, se o camarada disser que não precisa de nenhum acessório desses, que não leva documento, celular etc. Ele está com o veículo errado, pois não faz sentido andar com um veículo cabinado nessas situações e é melhor usar uma gaiola rebocada pros eventos, ou seja, seria outro mercado. Infelizmente, existe muita lenda, muita paixão e muita hipocrisia no nosso meio. Já ouvi de um dono de troller 2.8 que faz expedição sem os bancos traseiros e com caixas até o teto de peças de reposição e tralhas (embreagem, rolamentos, cruzetas, luva do cardã, mangueiras, e tudo mais que você puder imaginar que pode estragar numa trilha) reclamar que ficou na mão com um 3.0 porque arrebentou a correia do alternador e ficou difícil dirigir pois ficou sem direção hidráulica. E no 2.8 é tocado por engrenagem, então seria só ir trocando a bateria (ele tinha 5 baterias reservas nessas expedições), já que obviamente o alternador que precisa de correia em ambos não estaria carregando. Ah é claro, e mesmo assim, depois disso, ele passou a carregar a correia do 2.8, que assim como do 3.0, é barata e não ocupa espaço algum. Esse tipo de hipocrisia é que mais tem no nosso, meio, principalmente nos lançamentos, nas novidades. E é apenas prejudicial, é como uma cegueira proposital e direcionada.
Um projeto de um 4x4 elétrico para um mercado de nicho como do Troller, precisa minimamente atender a esses mesmos requisitos. E é muito mais fácil atendê-los com um motor elétrico. A confiabilidade de um veículo com motor elétrico, não tenha dúvida, vai superar em MUITO qualquer motor a combustão, como alguns estudos já estão demonstrando e é exatamente por isso que governantes já estão estipulando a proibição de VENDA e inclusive a proibição de CIRCULAÇÃO. Ou seja, veículos a combustão, em um futuro não muito distante estarão sim, somente nos museus.