E AINDA...
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fonte: http://www2.uol.com.br/bestcars/cons-doh.htm
O eixo-comando de válvulas, ou simplesmente comando, é o componente encarregado de abrir e permitir o fechamento das válvulas de admissão (para entrada de mistura ar-combustível no motor) e de escapamento (saída dos gases queimados). O comando de válvulas era montado no bloco dos motores mais antigos -- ainda é assim, por exemplo, no Endura E de 1 e 1,3 litro dos Ford Ka, Fiesta e Courier --, bem como em muitos motores norte-americanos atuais -- como os V6 de Chevrolet Blazer/S10 e Ford Explorer/Ranger. A vantagem de passá-lo para o cabeçote foi a eliminação de componentes como hastes e balancins, que fazem a ligação do comando com as válvulas no cabeçote. Além de sujeitas a folgas e deformações, essas peças de movimento recíproco limitam as rotações (rpm) que o motor pode atingir, o que dificulta a obtenção de maior potência. Esses motores possuem arquitetura chamada SOHC (single overhead camshaft, comando único no cabeçote).
O duplo comando (componentes em amarelo) permite acionar em separado as válvulas de admissão e de escapamento
Outro passo no processo de busca de potência foi a adoção do duplo comando de válvulas no cabeçote, identificado comumente pela sigla DOHC -- double overhead camshaft. Nessa configuração um comando aciona as válvulas de admissão e outro as de escapamento, o que permitiu criar a câmara de combustão com formato hemisférico. A vantagem da câmara hemisférica é a possibilidade de montar a vela de ignição no centro da câmara, o que favorece a combustão e ajuda a evitar a detonação ou "batida de pino".
É importante observar que, embora seja comum empregá-los em conjunto, o duplo comando e o cabeçote multiválvula são soluções independentes. Há motores de duplo comando e duas válvulas por cilindro, como o do Tempra 8V e o do antigo Alfa Romeo 2300, bem como motores multiválvula de comando único, caso do Honda Accord.
Modificar o comando único para duplo é possível, Humberto, desde que haja uma versão do mesmo motor com esse sistema. É o caso do Mitsubishi Lancer de 1,6 litro, que possui uma opção de 175 cv a 7.500 rpm. Esse motor, porém, não é oferecido no Brasil e seria necessário importar os componentes em separado, o que torna a operação inviável. Para melhorar o desempenho do Lancer é mais interessante recorrer a um turbocompressor de baixa pressão.