http://www.vivamarhotel.com.br/
Em Lagoinha meus passeios de 4x4 foram reduzidos apenas a uma ida a lagoa de Almécegas. Como fui lá ao final da tarde de um dia chuvoso e fiquei muito pouco tem, não posso recomendá-la ou “desrecomendá-la”. Mas o trajeto é bacana e tirei belas fotos por lá. Lá em Lagoinha fui em um restaurante muito bom. Ele é o único constante no guia 4 rodas e me foi muito bem recomendado pelo pessoal do Rapaziada 4x4, tanto é que o Jeff, integrante do grupo, me deu o prazer de sua companhia em um dia que estávamos por lá. Ele saiu de Fortaleza e foi até lá pra almoçar com a gente e ainda levou a esposa e 3 filhos. Muito boa a comida. Comi um espaguete com frutos do mar que seu paladar ainda está na memória.
A partir daí, segui viagem quase sem ver o asfalto. Foi só praia, areia e duna. O próximo tiro era a ida de Lagoinha até Jeri no dia 9 de janeiro. No início a praia estava bem movimentada e com muitos carros, até porque esse trajeto foi percorrido em um domingo (09 de janeiro). Mas à medida que ia me afastando de Lagoinha, a movimentação foi diminuindo. Fomos com a maré baixando, o que deu tranqüilidade, pois caso ocorresse algum problema, haveria tempo suficiente (espero eu...) para sua solução. Logo na saída passamos pela barra do rio que na maré baixa não apresentava problema. Seguimos por Guarajiru, Flexeiras, Embuaca e Mundaú, onde tínhamos de atravessar a balsa. Na hora que eu vi aquele barquinho tive vontade de dar meia volta e ir pelo asfalto. Fora a esposa falando no meu ouvido “Vc vai por seu carro nesta canoa?” Mas como quem está na chuva é pra se molhar, lá fomos nós. Logo após passarmos pela balsa, encontramos um gol bolinha enterrado na areia quase até o farol... !! Era um cara bem novinho com duas meninas, que com certeza ele levou pra praia de carro pra poder tirar onda na areia. Parei a pickup, peguei a cinta e fui lá ajudar. Custamos pra arrumar um local pra prender a cinta no carro dele. Logo quando arrumamos e eu já ia todo satisfeito puxar o cara apareceu um troller que por estar mais próximo do gol acabou fazendo o serviço. Minha mulher já estava até posicionada pra filmar o mineirinho rebocando o cearense, mas não deixaram....que pena hehehe !!
Mas como diz o dito popular, “toda arrogância será castigada”. E a minha não demorou muito. Continuamos passando por Baleia e Tremembé. Logo após Caetano tinha um pedaço com pedras na praia. Resolvi então passar por cima, na areia fofa. A areia estava muito solta, mas dava pra andar sem problemas. Porém em determinado local tinha de subir um morrinho e logo após uma curva pra esquerda. Não fui com embalo suficiente e no meio desta curva o carro parou. Tentei dar ré, mas ele não saiu, e pra frente também não ia. Pronto!! Fud...eu!! E já estávamos em um local sem movimento. Mas foi a conta de descer do carro pra avaliar o que eu poderia fazer que apareceu um cearense. Não aquele do gol, mas outro em um bugue. Pra minha salvação era um bugueiro experiente. Em menos de 5 minutos, e com a ajuda dos tapetes, eu já estava livre, e bem mais humilde...hehehe!!!
Seguimos passando por Icaraí de Amontada e depois mais uma balsa. Achei esta mais sinistra que a anterior. Nem motor ela tinha. E se não bastasse isto, como a maré não estava alta, no meio da travessia a balsa agarrou no fundo do rio. Ai o cara disse pra mim: “Chegamos, é aqui”. Respondi:“Como assim chegamos? A margem é lá na frente ainda?”. Aí ele falou:“Mas a balsa só vai até aqui. Ai o Sr desce com o carro e vai com ele até a margem...”. Faltavam ainda, no mínimo, uns 20 metros até a margem. Desci a pé e fiz todo o percurso pra ver se tinha buraco e se o piso era firme. Perguntei ainda se mais alguém tinha passado por lá no dia. A resposta não foi animadora, pois eu era o primeiro do dia. Mas já tava lá mesmo....então fui à luta!! E foi até bem fácil. Ainda bem.
Logo após a balsa entramos em um mangue. E era poça pra todo lado. Marca de carros atolados e pedaços de pau marcando alguns caminhos. Eu só não sabia se essas marcações informavam se era pra passar ou pra não passar. Ai pedi a esposa pra ir na frente andando pra que eu pudesse ver se era fundo e pra ela me falar como era o piso. Depois da primeira poça ela quase pediu o divórcio. Ficou atolada no mangue “cheiroso”e quase fica sem os chinelos. Tive de descer eu mesmo e ver cada poça por onde deveria passar. O cheiro do local é inesquecível...só de escrever eu já sinto o cheiro. Mas correu tudo bem e passamos ilesos pelo mangue (apesar do pedido de divórcio...).
Aí depois deste ponto eu achei que meu dia já estava bem animado e não precisava correr mais riscos. Passei por Patos e fui pela CE 085 (asfalto) até a entrada para o Prea. E de Prea a Jeri foi bem rápido e fácil. Em Jeri ficamos na pousada Jujuju. http://www.jujuju.com.br . Voltando a Jeri não me hospedaria novamente nesta pousada.
O porre em Jeri é só aquele tal de estacionamento que agora funciona janeiro inteiro. Você é obrigado a deixar o seu carro no estacionamento, pagando, se não me falha a memória, R$ 10 por dia. Só que o estacionamento fica longe da cidade e se você precisar do carro pra algum passeio tem de ligar pro estacionamento pra irem te buscar. Porém em Jeri não são todas as operadoras de telefonia que funcionam. Segundo me falaram, apenas TIM e OI. Vivo e Claro não pegam. E como a minha é Claro, fiquei a pé, literalmente. Por duas vezes tive de caminhar a mais de 20 minuto debaixo de um sol de rachar a moleira pra buscar o carro. E o que dava mais raiva é ver a velocidade que os bugueiros e motoqueiros locais credenciados transitam pela cidade. Um absurdo.
Apesar de ter escutado a mesma reclamação de outros dois amigos que estiveram em Jeri no final de janeiro de 2011, não posso deixar que um fato isolado tire toda a beleza do local. Jeri é sem dúvida uma das mais belas praias do Brasil. Eu já tinha ido até lá por 3 vezes, mas nenhuma de 4x4. Pois posso garantir, Jeri de 4x4 é bem mais bonito e barato que Jeri sem 4x4. Eu digo isto pois de 4x4 você vai a todos os lugares da região, o que estando à pé só é possível com a contratação de passeios de bugue que estão longes de ser uma opção barata. Eu rodei pra tanto lado em Jeri que mais um pouco eu iria virar um “local” e estaria vendendo passeios a turistas em meu carro.
No dia 13 de janeiro a viagem era de Jeri pra Camocim. Passeio muito bacana, passando pela lagoa de Tatajuba, duna do skibunda, etc. Neste percurso há também uma travessia de balsa. Depois desta travessia tem uma trilha pela praia que é muito bacana. Você vai andando pela areia, por entre as árvores, cujas raízes estão pra cima da areia. Parece um floresta mal-assombrada. Antes de chegar a Tatajuba, eu parei pra ajudar a desatolar um Civic que também já estava bem enterrado. Quando eu parei já tinha alguns carros parados, mas enquanto não chegou um bugueiro a coisa não se resolveu. Os caras são muito experientes. Em cinco minutos eles fazem o que 20 não fizeram em 1 hora.
Neste passeio eu contratei também um guia, que segundo ele, era filho da D. Delmira Assis, a contadora de história da velha Tatajuba. Eu só não sei se todos os guias são filhos dela.. . Este guia andou cerca de 30 km pendurado no estribo do carro por entre dunas, praias e trilhas. Ele se chama “De Assis” e fez um belo trabalho de guia, não só pelas dicas e informações que nos deu, como pela sua simpatia e simplicidade. Me cobrou R$ 40,00 pelo passeio, mas acabei pagando mais por conta própria.
Pra se chegar em Camocim tem que atravessar mais uma balsa. Porém é uma balsa maior. Não que fosse um balsa grande. Era apenas maior que as anteriores por levar dois carros por vez.
A cidade de Camocim não tem muitos atrativos. Mas como estávamos em um bom e confortável hotel, as crianças puderam se divetir e usufruir de um pouco de conforto, coisa que não tivemos em nossa estadia em Jeri. Segue site do hotel: http://www.boavistaresort.com.br
Estando em Camocim, aproveitamos e fomos pela praia até a divisa do Ceará com Piauí, na famosa Barra dos Remédios. Foi um bate e volta muito tranqüilo. Tiramos belas fotos e aproveitamos bem o dia. Compensa o passeio, apesar de não ter a mesma beleza da região de Jeri.
Continua