Postado originalmente por
arlei_vitara
Sábado dia 05 de Abril fizemos um passeio pela serra, com destino à região de Bento Gonçalves e Vale dos Vinhedos. Saímos de Canoas e subimos a serra passando por São Vendelino, curtindo o dia de muito sol, temperatura amena e céu claro.
Paramos por volta do meio dia no Restaurante Di Fellipe, na estrada pouco antes do trevo de acesso ao Vale dos Vinhedos, para saborearmos um muito bem servido almoço colonial italiano a base de spaghetti, lingüiças, polenta, queijo brustolado, fortaia e claro, um bom vinho..... Somente o almoço já teria feito valer a pena a viagem.
Após o excelente almoço retornamos à estrada e entramos no Vale dos Vinhedos, curtindo o cenário de parreirais, vinícolas e montanhas que dominam a paisagem. No caminho não podemos deixar de ficar impressionados com a estrutura e grandiosidade de empreendimentos recentes como o Hotel Villa Michelon e o Centro de Visitação da Miolo, ambos criados para receber muito bem o turista com toda a infra-estrutura e luxo possíveis, dentro da proposta de “enoturismo” que está se desenvolvendo na região. Nosso interesse obviamente era outro, então nem paramos para fotos, seguimos adiante pois nosso destino era a cidade de Santa Tereza, uns 25km adiante.
Santa Tereza é considerada um dos núcleos do início da colonização italiana na região. Situada à margem do Rio das Antas, foi um importante entreposto de mercadorias entre a região da serra e a capital nas primeiras décadas do séc.XX. Seu porto era a ligação natural via fluvial com a região do Taquari e com a capital do estado. A prosperidade durou até o advento das estradas de ferro, que acabou por desativar o sistema de transporte fluvial e deixar a pequena Santa Tereza esquecida, mas preservada, no tempo.
As marcas da prosperidade da época estão marcadas nos prédios na rua principal de Santa Tereza. A maior parte já restaurados, conservam a arquitetura típica das construções do norte da Itália do inicio do século passado. A torre da Igreja é emblemática e domina a paisagem da pequena vila encravada em meio às montanhas.
Após caminharmos pelas ruas principais da cidade, tirarmos várias fotos dos casarões antigos e da igreja e curtirmos a paz da belíssima Santa Tereza, seguimos em frente pela estrada de terra que segue acompanhando o Rio das Antas e leva à cidade de Muçum, na outra margem do rio, uns 20km adiante.
Após rodarmos por uns 5 km, e sempre guiados pela rota gravada no GPS, deixamos a estrada que margeia o rio e começamos a escalar novamente a serra por estradinhas e trilhas praticamente abandonadas que nos levariam à cidade de Coronel Pilar e de lá a Garibaldi. Esta era a etapa “off-road” do passeio. As estradinhas, apesar de meio abandonadas, não representaram nenhum desafio especial para o Vitara e após muitas subidas, poeira e buracos tivemos, já no alto da serra, a visão da torre da igreja de Coronel Pilar dominando o vale entre as montanhas.
Seguimos em frente, passando por pequenos povoados e núcleos de colonização, e chegamos finalmente a Coronel Pilar, uma pequena cidade de colonização italiana localizada num vale cercado de montanhas, a uns 15km de Garibaldi. A forte religiosidade do povo italiano se faz presente na bonita igreja da cidade, ricamente construída em tijolos a vista, ostentando uma arquitetura trabalhada, requintada, representando muito bem o talento italiano para arquitetura e artes.
Saindo de Coronel Pilar, seguimos em frente por uma estrada de asfalto novo que nos leva até o centro de Garibaldi, que estava bastante movimentado e contrastava fortemente com a tranqüilidade dos lugares pelos quais andamos naquela tarde. De lá retornamos à estrada, era hora de voltar para casa, levando conosco imagens de mais alguns pedacinhos da nossa serra e da nossa gente.