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    Usuário Avatar de jpsfonseca
    Entrada
    27/07/2019
    Local
    Goiânia/GO
    Idade
    36
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    Roteiro de viagem Goiania – Jalapao – julho de 2021




    Dia 1: Goiânia – Lagoa da Serra
    6:00 – Saída de Goiânia, passando por Nerópolis, Jaraguá, Rialma.
    OBSERVAÇÃO: Há opção de sair por Brasília, passando pela Chapada dos veadeiros. Uma diferença de 10 km e um tempo de viagem semelhante, porém com dois pedágios que contabilizariam R$ 4,80 (muito barato). Como estávamos de férias e com vontade de conhecer novos trechos, seguimos o trajeto indicado pelo Google Maps, saindo por Nerópolis.
    8:30 – Parada para abastecimento em Posto da biquinha, município de Rialma.
    8:45 – Seguindo viagem Uruaçu, Santa Tereza de Goiás, Formoso, Trombas e Montividiu do Norte.
    12:00 – Parada para abastecimento em Montividiu do Norte; não encontramos restaurante aberto.
    12:30 – Parada para lanche em Mata Azul – Salgados fritos muito saborosos.
    Obs: GO-142 passando por Formoso, Trombas, Harmônia, Montividiu do Norte e Mata Azul encontra-se com vários trechos curtos sem pavimentação. Não entendemos ao certo o porquê destes trechos, mas eles atrapalham o veículo desenvolver velocidade.
    13:10 – Seguindo viagem, entra-se no Estado do Tocantins. Havia obras na pista em um curto trecho sem pavimentação, passagem de veículos em apenas uma via. Devido ao fluxo pequeno do domingo, não foi necessário aguardar nenhum tempo de espera.
    14:00 – Chegada ao entroncamento entre as rodovias TO-387 e TO-498. Inicialmente (em Goiânia) o trajeto sugerido pelo Google Maps indicava acesso à To-498 e subir em direção a Jaú do Tocantins, porém durante nossa viagem houve uma atualização no trajeto e seguimos a indicação de seguir pela TO-387, passando por Palmeirópolis e seguindo em direção à cidade de Paranã.
    ATENÇÃO: Saindo da TO-387 e entrando na TO-242. Virando à direita, sentido TO-050, acesso para Conceição do Tocantins, conforme indicado pelo Google Maps. Não há postos de combustível neste trecho, apenas um posto em Conceição do Tocantins. Rodamos quase 115 km e chegamos em Conceição do Tocantins no limite (37,5 L). Caso esteja com o nível de combustível baixo, sugere-se sair da TO-387 e entrar na TO-242 virando à esquerda, sentido Paranã. A cidade fica bem ao lado e há vários postos para abastecimento. Depois vimos que também seria possível fazer um trajeto alternativo passando por Paranã e subindo pela BR-010 até Natividade e, dali seguir para Dianópolis. Um trecho de 212 km, o qual acredito ser todo em vias pavimentadas. Porém, nossa única orientação era o Google Maps rodando com mapas offline e nele confiamos.
    17:00 – Parada para abastecimento em Conceição do Tocantins, único posto da cidade e só havia Gasolina aditivada disponível. Aproveitamos para reabastecer nossa água e adquirir um chip da Claro, operadora recomendada para a região.
    17:20 – Nosso mapa indicou um trajeto para Dianópolis via TO-387, passando por Taipas do Tocantins. Detalhe: todo esse trecho (123 km) foi feito em estrada não pavimentada (primeira peça que o Google Maps pregou em nós).
    OBSERVAÇÃO: Hoje, olhando no mapa online, percebo que o trajeto sugerido é saindo de Paranã pela BR-010 até Natividade, TO-280 até Almas e TO-040 até Dianópolis, o qual acredito ser todo em vias pavimentadas, possui extensão total de 212 km, 26 km a menos do que o executado por nós. Fica a experiência. Detalhe: no mapa da figura eu só consegui que o Google Maps sugerisse o trajeto que efetuamos, quando indiquei um ponto de partida já no meio da BR-242.
    19:00 – Chegada em Dianópolis, tentativa de fazer o chip Claro funcionar, sem sucesso. Seguimos a viagem pela TO-476 (30 km pavimentados) até Rio da Conceição e, dali, mais 25 km de estrada de terra e areia até Lagoa da Serra, nosso primeiro ponto de camping.
    20:30 – Chegada na Lagoa da Serra após 855 km e mais de 15 h de viagem (ufa!). Montagem do acampamento, alimentação, banho frio (haha) e descanso.

    Dia 2: Lagoa da Serra – Mateiros
    6:00 – Acordamos cedo com o canto das araras que por ali passavam. Preparamos nosso café e já fomos aproveitar o dia na lagoa. O lugar é surreal, realmente vale muito a visita. Parece uma tela de pintura toda aquela água transparente, coqueiros, vegetação nativa e as Serras Gerais ao fundo. Fizemos diversas fotos, banho e mergulho, além de uma trilha ao redor da lagoa. A trilha é tranquila, local muito plano. Um passeio diferente que também recomendamos. Aproveitamos mais a lagoa, desmontamos nosso acampamento e saímos por volta de 13h.
    13:00 – Saída da Lagoa da Serra
    13:50 – Parada para almoço no restaurante Galinhada do Bento, em Dianópolis. Comida muito simples, mas saborosíssima.
    15:00 – Abastecimento em Dianópolis, nova tentativa de habilitação do chip Claro (sem sucesso) e saída pra Mateiros. TO-040, BA-458, BA-225 E TO-247. São 233 Km, dos quais apenas os 60 primeiros são pavimentados. A partir daí, prepare-se para muita costela de vaca e cruzamento com caminhões de carga que escoam a produção agrícola da região.
    ATENÇÃO: no entroncamento entre as rodovias BA-458, BA-225 e TO-247. O nosso mapa recomendava seguir pela TO-247, porém esta rodovia apresentava um acesso muito inóspito, diferentemente de uma pista adjacente, bem mais larga e com maior fluxo de veículos (1x0 na verdade kkk). Então paramos o veículo, nos alimentamos e analisamos o mapa. Percebemos que este trecho também chegaria em Mateiros e por um caminho mais curto. Aliamos isso com a diferença na largura as estradas e decidimos discordar do Google Maps e seguir por aquela na qual já havia passado outro veículo SUV.
    19:30 – Chegada na cidade de Mateiros e parada para abastecimento (maior preço pago pela gasolina R$ 7,20, porém pelas circunstâncias achei barato e agradeci por encontrar em um local tão distante, meu tanque já estava chegando nos 10 litros finais). Na sequência partimos em busca de uma pousada / local para hospedagem. Era uma segunda-feira e não foi difícil encontrar vagas para casal, porém longe de estar vazio. Aprox. R$ 180 por diária em pousadas simples e R$ 250 em locais mais bem estruturados. Encontramos uma quitinete bem simples por R$ 120, com quarto com cama de casal, banheiro e cozinha com geladeira, pia, mesa de jantar e local para preparar refeições com nosso fogareiro. Preferimos ficar ali e nos preparar para o próximo dia.

    Dia 3 – Passeios em Mateiros
    8:00 – Após preparar nosso café e ajeitar nossa tralha do dia, partimos em direção à cachoeira do Formiga. Estrada com muita costela de vaca e alguns bancos de areia. Em um ponto, já na estrada que dá acesso à cachoeira, foi necessário utilizar o 4x4 para desatolar a viatura. Chegamos na portaria por volta de 9h. Já havia vários veículos estacionados, inclusive observei duas Renault Duster 4x2 e uma ou duas Fiat Toro por ali se aventurando. A maioria dos carros eram SUVs 4x4, principalmente Pajero Dakar.
    9:00 – Entrada na cachoeira do Formiga (R$ 25 por pessoa), sem limitação de tempo. Nosso primeiro impacto foi surpreendente, a água é muito azul e o poço para banho é ótimo, bem profundo e com bom espaço para curtir e fotografar. É possível chegar até a queda para tomar aquele banho de cachu, porém a correnteza é forte. Há vários relatos negativos sobre o local, por ser profundo e com forte correnteza. Nós adoramos, porém só é válido realmente para quem saiba nadar. Um pouco mais abaixo há também um ótimo espaço mais tranquilo e raso, o qual também rende belas fotos. Ficamos por ali por volta de 2h, tempo que se passou bem rápido. O ponto negativo foi o grande fluxo de pessoas e dificuldade de se conseguir fotos sem figurantes (praticamente impossível), era uma terça-feira e acreditávamos que estaria mais tranquilo, porém o mês de julho parece ser bem movimentado independentemente do dia da semana. Também foi possível perceber que muitos grupos ficam em torno de 40-50 minutos e já seguem para outro atrativo, provavelmente os grupos guiados por agências em pacotes turísticos fechados e que precisam fazer o dia render.
    11:00 – Saímos da cachoeira do Formiga em direção ao fervedouro Buritizinho, trecho bem curto. A taxa de entrada é de R$ 20 e a visitação é limitada a grupos de 6 visitantes a cada 15 minutos. Na entrada fomos informados que precisaríamos aguardar por volta de 40 minutos, mas foi bem tranquilo pois há no local um rio de águas muito limpas. De acordo com relatos que ouvimos, trata-se do rio do Formiga, porém, diferentemente do tom azul da cachoeira, o tom da água ali era bem esverdeado. No local de espera também há um balanço montado em uma árvore para quem quiser se aventurar a algum salto. Foi tudo muito divertido.
    12:30 – Entrada no fervedouro Buritizinho. Uma explosão de azul no meio da floresta. Há um tablado que direciona o visitante para a entrada do poço, tudo muito plano e bem cuidado. Este foi o nosso primeiro fervedouro, ficamos extasiados. A água é de um azul translúcido e impactante, com os pontos de nascente borbulhando pela areia no fundo do poço. Depois percebemos que ele é realmente o mais belo do Jalapão. Vale relatar que há ali um restaurante e espaço para camping que pareceu muito lindo, na beira do rio. Porém decidimos seguir para nosso próximo fervedouro.
    13:00 – Partimos em direção ao fervedouro do Ceiça, conhecido por ser o mais antigo do Jalapão. Mesmo esquema, R$ 20 por pessoa e visitação limitada a 15 minutos em grupos com 6 pessoas (no caso entraram 8 pessoas, além de mim e minha esposa, 2 famílias com 3 pessoas cada). Nosso tempo de espera foi algo em torno de 50 minutos, em uma área com bancos e cobertura, bem ao lado da entrada do fervedouro. Nossa experiência no fervedouro do Ceiça também foi muito legal, uma beleza surreal, com diversas bananeiras na beira do poço e um espaço bem maior do que o fervedouro anterior. O azul tinha um tom um pouco mais esverdeado e os pontos de nascente eram bem mais evidentes. Isso movimenta mais areia também, contribuindo com o tom da água. Fotos e mais fotos para nossos registros. Na saída passamos em um rio que também passa por ali para tirar um pouco da areia do corpo e retornamos para o veículo.
    15:30 – Por conta do horário, percebemos que o sol já estava praticamente se escondendo entre a vegetação adjacente aos fervedouros e novas visitas poderiam não ser tão proveitosas. Então, decidimos retornar para Mateiros e vimos que talvez o tempo fosse suficiente para chegarmos à portaria das Dunas até as 17h. Como estávamos na estrada que liga Mateiros à cidade de São Félix, e as Dunas do Jalapão ficam na estrada para Ponte Alta, tivemos que retornar para Mateiros, aproveitamos para passar em nossa quitinete para comer algo mais reforçado e seguimos para a portaria das Dunas do Jalapão. A fama dessa nova estrada não é nada boa, porém não vimos muita diferença, comparado à estrada que tínhamos pegado pela manhã (futuramente comento melhor sobre isso). Mais uma vez, muita costela de vaca e bancos de areia, além de alguns pontos com pedras, porém achei transitável. Chegamos na portaria das Dunas do Jalapão por volta de 17:10 e nos deparamos com uma fila enorme de carros chegando de Ponte Alta. Fomos informados que a entrada se dava apenas com guia e agendamento prévio, e que naquele momento estavam entrando 47 veículos de uma mesma expedição. Um rapaz da portaria, sensibilizado com nossa aventura, ofereceu-se para entrar conosco como guia, porém a lotação diária já estava estourada e não parava de chegar mais veículos. Outros, assim como nós, não puderam entrar. Agradecemos a gentileza e decidimos retornar na quinta-feira, quando estivéssemos em direção à cidade de Ponte Alta.
    18:00 – Antes de retornarmos para Mateiros, adquirimos fitinhas em uma vendinha em frente à portaria das Dunas e seguimos até a árvore dos desejos, cerca de 800 m dali, em direção a Ponte Alta. Em frente à árvore dos desejos havia um bar muito legal com algumas pessoas, porém como não estávamos a fim de dirigir muito tempo a noite, registramos nosso momento, fizemos nossos pedidos e pegamos o trecho de volta. No caminho encontramos um guincho parado na estrada e um Troller. Conversei com o motorista e ele informou que o carro de um amigo havia quebrado o prisioneiro da roda e estava em Rio Novo. Ele tentava negociar com o guincho de aproveitar uma viagem que faria para buscar outro veículo na portaria das Dunas e já buscar o amigo no Rio Novo. O interessante dessa passagem foi que, conversando com o motorista do Troller, ele mencionou o nome de um mecânico na cidade de Mateiros. Eu fiquei com o nome na cabeça e acabei precisando dele na quinta-feira. Essa foi apenas uma entre várias sincronicidades que aconteceram em nossa viagem.
    20:30 – Chegamos bem. Por pegar um bom trecho a noite e por não ter hora para chegar, optei por uma direção mais lenta e cautelosa. A noite decidimos ir a uma pizzaria bem próxima ao local onde estávamos ficando. A casa estava cheia, mas havia duas mesas disponíveis e o atendimento foi razoavelmente rápido. Tudo bem servido e saboroso. Na mesa encontramos um flyer de divulgação de um passeio alternativo para a região. Uma trilha de subida ao Morro do Sereno para contemplação do nascer do sol. Ficamos interessados e com o contato do telefone já reservamos nossa vaga para o dia seguinte.

    Dia 4 – Passeios em Mateiros
    4:30 – Acordamos cedo e saímos em direção ao morro do Sereno. Chegando na entrada, recebemos perneiras de couro e lanternas para auxiliar nossa subida. O descritivo informava que a trilha era de nível fácil, acessível inclusive para crianças e idosos. Porém nós a achamos de um nível difícil (detalhe, nós temos experiência em outras trilhas como Pirenópolis, Chapada dos Veadeiros e travessia Petrópolis-Teresópolis). A subida é de 2 km com 880 m de desnível. Há estrutura de degraus, corrimãos e pontos para descanso, mas por se tratar de uma região bem seca e com forte desnível, sentimos um pouco de dificuldade na subida. Chegamos ao ponto de observação por volta de 5h50, mais ou menos 35 minutos de subida, sendo que o tempo previsto no descritivo é de 50 minutos. Lá já havia outros grupos e duas mesas montadas com café, chá e biscoitos. Registramos algumas fotos e aproveitamos a contemplação do nascer do sol. Após este evento, todos os visitantes desceram o morro, exceto nós, que gastamos ali mais uma hora ou mais, aproveitando o momento para meditação e tantas outras fotos. Fizemos inclusive um lanche reforçado lá em cima, antes de descermos para iniciar nossos passeios pelos fervedouros.
    8:30 – Saindo do Morro do Sereno, decidimos visitar o fervedouro do Buriti. Na verdade, no dia anterior já tínhamos visitado 3 dos nossos 4 pontos obrigatórios, ficando o fervedouro do Buriti para a quarta-feira. O objetivo então era visitá-lo o mais cedo possível, tentando evitar filas, e seguir para outros atrativos que pudessem estar disponíveis por perto. Chegamos na portaria por volta de 9h e já ficamos assustados com a quantidade de veículos no estacionamento, percebemos tratar-se da mesma comitiva que chegou a nossa frente nas Dunas no dia anterior e já ficamos indignados preocupados. Quase seguimos em frente, para encontrar outro fervedouro com menor número de pessoas na porta, porém decidimos ir até a recepção e verificar quanto tempo demoraria para entrarmos. O atendente nos informou que levaria no mínimo 2h, porém, seria possível nos encaixar no próximo grupo caso fosse apenas o casal. Agradecemos nossa sorte e assim fizemos. Aguardamos cerca de 10 minutos para liberação do espaço e entramos com outros dois grupos acompanhados por guias. A entrada foi padrão, 15 minutos com fotos e flutuação. Achamos esse fervedouro um pouco maior que o do Ceiça (e bem maior do que o Buritizinho). As bananeiras em torno do poço e o azul da água deixa a paisagem deslumbrante, ideal para registrar várias fotos. O melhor período para entrar seria após as 10h, uma vez que o sol estaria mais alto, podendo refletir sobre a água e deixar as fotos ainda mais bonitas. Mas, pelas circunstâncias encontradas na portaria, ficamos muito satisfeitos com nossa entrada antecipada.
    10:00 – Após aproveitarmos o banho, saímos em direção ao fervedouro do Rio do Sono, o mais próximo dali. Havia alguns carros no estacionamento, mas nem perto do que tínhamos visto no Buriti. Ao chegar na recepção, fomos informados que teríamos que aguardar cerca de 1h40, pois já havia 2 grupos formados para descer para o fervedouro e seríamos inseridos no 3º. Por um momento pensamos em declinar e seguir para um próximo ponto, mas pelo horário imaginamos que estaria tudo lotado. Então decidimos aguardar e aproveitamos o tempo para atualizar a áudio descrição que estávamos fazendo sobre nossa viagem. Entramos no fervedouro por volta de 11:40, juntamente com outra família de 4 pessoas, vindos do Pará e um casal de senhorzinhos que já tinham feito Chapada das Mesas e agora estavam no Jalapão, ambos com veículos próprios. Conversamos um pouco sobre as condições das estradas. O pessoal do Pará disse que chegaram por São Félix e acharam a estrada ruim. Estavam pensando em ir para Palmas por Dianópolis para evitar de retornar por São Félix e nem cogitaram a estrada de Ponte Alta (como eu já havia dito, sua fama não é nada boa). Tanto eu e minha esposa, quanto o casal que fez Chapada das Mesas, entramos pela estrada que dá acesso a Dianópolis. Estradas bem largas, com trânsito de caminhões para escoamento de produção agrícola e uma quantidade razoável de costelas de vaca. Porém se comparada às estradas para São Félix e Ponte Alta, realmente é uma boa opção. Uma dúvida que surge é em relação a descer para Dianópolis para depois subir para Palmas, pois dá-se uma volta muito grande, comparado aos trajetos passando por São Félix ou por Ponte Alta.
    13:30 – Saímos do fervedouro Rio do Sono interessados em visitar outro bem próximo, o fervedouro Recanto do Salto. No Rio do Sono havia restaurante, porém preferimos aproveitar o tempo para conhecer mais a região. Chegamos ao estacionamento do Recanto do Salto e nos surpreendemos com apenas um veículo estacionado. Uma família já estava deixando o atrativo e disse que ninguém tinha chegado por ali, que eles tinham aproveitado de forma exclusiva tanto o fervedouro quanto a prainha do rio ali também disponível. Decidimos entrar para conhecer e formos recebidos pelo morador do local. Não há refeições! Ele informou que poderíamos ficar no fervedouro o tempo que quiséssemos, a menos que chegasse outros grupos maiores. Ficamos ali por volta de 30 minutos, saímos e fomos até a prainha para conhecer, tomamos um banho no rio e depois voltamos para aproveitar um pouco mais do fervedouro. Basicamente a água do fervedouro é muito mais agradável do que a do rio, que estava bem fria. O fervedouro do local é amplo em sua área, porém foi o menos profundo que encontramos, ficamos o tempo todo agachados ou com os pés e mãos apoiados no fundo para poder cobrir todo o corpo com a água. Fizemos mais fotos e vídeos e algumas moscas começaram a atazanar sobre nossas cabeças. Após muita insistência, esse foi o convite para nos retirarmos. Na saída nos despedimos do zelador/dono do local e retornamos para nosso veículo no estacionamento.
    15:00 – Ao sairmos chegaram três veículos procurando pelo fervedouro do Salto e, assim como nós, encontraram ele com exclusividade. Decidimos tentar encontrar algum restaurante que ainda estivesse servindo almoço e encontramos o Restaurante Mandala, que fica à beira da estrada e é um ponto de apoio muito conhecido na região. O sistema de refeição é à vontade, R$ 35 por pessoa. Fizemos nossa refeição com tranquilidade e retornamos para Mateiros em busca de descanso. Na viagem de volta percebi um ruído preocupante na suspensão traseira e carreguei essa preocupação pela noite.
    18:00 – Após pesquisar sobre os ruídos na suspensão e ficar mais preocupado, consegui falar com meu mecânico de confiança e, com sua ajuda, conseguimos identificar o possível problema. As borrachas do batente superior, de ambos os lados, estavam bem desgastadas, reflexo do uso intenso nas costelas de vaca aliado à alta calibragem dos pneus. As instruções recomendadas foram buscar por um mecânico para efetuar a troca, um serviço que a princípio seria rápido e barato. Pelo menos isso me deixou um pouco mais aliviado.
    19:30 - A noite saímos a pé e encontramos uma pizzaria com espaço bem legal e boa música tocando. Após nossa chegada a casa foi ficando mais cheia, principalmente grupos grandes com guias de turismo, o que fez todos os pedidos demorarem bastante. Porém fomos bem atendidos e a pizza era saborosa.

    Dia 5 – Mateiros – Ponte Alta – Pedra Furada
    7:00 – O dia iniciou com a busca por um mecânico para analisar a suspensão do Vitara, conforme diagnosticado na noite anterior com a ajuda do meu mecânico da guarda, rsrs. Detalhe que eu já havia ouvido sobre o Leo mecânico quando voltava das Dunas e cruzei com o guincho e o Troller na estrada e eu acabei registrando aquele nome com bastante atenção. O universo já conspirava a nosso favor. Cheguei na oficina por volta de 7:30 e já havia alguns carros na porta e o Leo estava atendendo um senhor que parecia estar guiando uma viatura de agência turística. Porém ouvi ele dizendo que iria tentar retornar para o Maranhão, então não sei ao certo. O interessante é que nesse processo, fui atendido pelo filho do Leo mecânico, o Flávio, que não deve ter mais de 10-12 anos, mas entendia mais de mecânica que muito marmanjo, inclusive eu. Como já cheguei com o diagnóstico pronto, ele só verificou, encontrou duas peças sobressalentes para efetuar a troca e, com a ajuda do pai, conseguiu efetuar o reparo em questão de uns 20 minutos. Eu fiquei impressionado, confirmei se estava tudo ok, inclusive o aperto da suspensão (haha!), e ele confirmou. O serviço foi 50 reais, valor que achei justo pelo local e circunstâncias. Retornei à quitinete, carregamos as malas no veículo, passei no posto, ajustei a calibragem, passando das atuais 37 libras (meu Deus! Está explicado o dano na suspensão) para 26 libras.
    10:00 – Partimos para Ponte Alta e logo percebi que a diferença na dirigibilidade. A resposta do veículo com a nova calibragem foi instantânea. Algo muito real mesmo, como não fiz isso antes? A direção ficou muito mais agradável e macia. Seguimos viagem até pararmos em frente à portaria das Dunas. Tínhamos pensado em entrar para conhecer, caso conseguíssemos um guia na portaria, agora sem a correria de dois dias atrás. Entretanto, chegamos no local por volta de 11h15 e a portaria havia fechado às 11h e retornaria a abrir às 14h. Decidimos seguir viagem, pois se não chegaríamos em Ponte Alta muito tarde. Como mencionei anteriormente, a estrada Mateiros - Ponte Alta tem fama de ser muito ruim: 158 km em 5h30-6h, já era de se imaginar. Porém, analisando apenas o trecho Mateiros – Rio Novo, cerca de 50 km, pode-se dizer que a estrada é igual, ou talvez até um pouco melhor do que a que nós tínhamos pegado para acessar os fervedouros (Mateiros – São Félix). Doce ilusão. Após Rio Novo a estrada piorou muito, mas muito mesmo. Os trechos de areia ficaram mais intensos e começaram a surgir alguns trechos com pedras, bem complicados, difíceis de passar e exigindo uma velocidade bem baixa para passá-los. Outro ponto observado foi o fluxo de veículos. Nós estávamos praticamente no fluxo inverso ao fluxo comercial, em que os veículos de agências turísticas saem de Palmas, iniciam o circuito do Jalapão por Ponte Alta, seguem para Mateiros, normalmente com uma parada para almoço em Rio Novo e, no fim do circuito, retornam para Palmas passando por São Félix. Após o Rio Novo, não observamos nenhum veículo no mesmo sentido que o nosso e, a partir de um dado horário, aproximadamente 14h, notamos que inclusive o fluxo Ponte Alta – Mateiros já tinha se esgotado, o que pode ser explicado pelo horário de almoço em Rio Novo. Logo, o pessoal já não estava mais naquele trecho, que por coincidência, é o pior que já pegamos, haha. Este trecho nos reservava outra surpresa bem preocupante: Além da dificuldade do terreno, em uma de nossas paradas para descanso e fotos, notamos que nosso veículo não respondia aos comandos para desligar. Isso mesmo, giramos a chave na ignição, mas ela estava girando livre, e o veículo não era desligado. Ficamos desesperados, como medo do carro superaquecer ou ficar muito tempo parado, consumindo combustível desnecessariamente. Seguimos viagem apenas com as paradas necessárias e rezando para encontrar alguma auto elétrica em Ponte Alta. Cabe mencionar que no trecho final, mais ou menos uns 35 km antes de Ponte Alta, a estrada ficou bem mais transitável, com fácil acesso, provavelmente pela existência de grande número de propriedades rurais mais próximas da cidade.
    15:30 – Um pouco antes de entrar na cidade, avistamos uma placa/outdoor com a propaganda de uma auto elétrica, Auto elétrica M&M, mas não encontramos o endereço. Estávamos sem sinal de celular e ao chegar na cidade, encontramos um morador que viu nosso desespero e nos levou (nós seguindo ele de moto) até a auto elétrica do seu Manoel. Fomos super bem atendidos ali e ao ver nosso problema ele inferiu que poderia ser quebra no cilindro da chave de partida. Ao desmontar o painel, abaixo do volante, o seu Manoel nos perguntou: “Uai, vocês pegaram muito buraco?”. Eu: Sim, estamos chegando de Mateiros. Daí ele deu uma risada e contou que tínhamos perdido um parafuso nessa aventura. Ele rapidamente remontou a parte de ignição do veículo, provavelmente recolocando o tal parafuso em seu devido lugar e fechou o painel. Mais uma grande história para a nossa viagem acabava em um final feliz. Serviço do seu Manoel: 40 reais. Uma pechincha pela gravidade da nossa situação, haha.
    16:30 – Buscamos um posto para reabastecimento e acabamos ganhando uma ducha para o nosso guerreiro. Ele nunca tinha visto tanta poeira e ficou bem mais animado após o conserto da ignição e de um bom banho. Compramos mais água e seguimos para nosso destino final do dia, que seria a Pedra Furada, cerca de 26 km dali. Já havíamos pesquisado que havia área para camping no atrativo, porém ainda não tínhamos recebido resposta de vaga. No caminho de ida, nos deparamos com diversos veículos na direção oposta e já ficamos receosos sobre lotação máxima do atrativo e não conseguirmos fazer a contemplação do pôr do sol, nem conseguir vaga no camping. Seguimos até o local e, ao chegar lá, paramos no estacionamento e fomos até o receptivo entender como seria o passeio e possível hospedagem. Basicamente havia três opções: (1) entrada na Pedra furada para fotos, limitado a 20 minutos (R$25 por pessoa); (2) Passeio completo: Pedra furada mais Talhado das Araras, outro ponto de visitação dentro da propriedade, porém ainda pouco explorado (R$50 por pessoa); (3) Camping (R$50 por pessoa). Pegamos o camping e passeio completo, totalizando R$200 para o casal. Fomos instruídos a acessar a Pedra furada junto com o último grupo, por volta de 18h, para contemplar o pôr do sol e assim fizemos. O movimento estava intenso, mas pelo tamanho do estacionamento, vimos que poderia ser bem pior. Basicamente, grupos de 20-30 pessoas entram a cada 20 minutos. Há 3 pontos principais para fotos, o furo maior, bem próximo ao receptivo e dois pontos na parte posterior da Pedra. Há recomendações de não tocar a pedra, por se tratar de arenito e estar em constante deterioração. O chão ao redor do local é pura areia. O passeio é interessante para registrar as fotografias, porém a quantidade de pessoas limita o aproveitamento, já que você precisa fazer fila para fotos em todos os pontos e até a contemplação fica prejudicada com tanta gente e conversa. Por outro lado, o visual é lindo e no pôr do sol fomos contemplados também com uma revoada de papagaios que provavelmente fazem morada ali. Seu canto é muito diferente de tudo que já havíamos vistos, um tom muito engraçado, as verdadeiras maitacas. Foi muito divertido o passeio e na saída corremos para a área de camping com o objetivo de levantar nosso acampamento.
    19:00 – Montamos nosso acampamento rapidamente. Para nossa surpresa formos os únicos a acampar naquela noite. A estrutura é bem adequada, há dois quiosques com 4 pias e bancadas para utilizar utensílios domésticos, banheiros masculinos e femininos com chuveiro e uma ampla área de areião para montar as barracas. Ficamos sozinhos em um quiosque e, espaçosos como somos, utilizamos as duas pias para facilitar nosso trabalho durante o preparo das refeições. É importante deixar registrado também que o receptivo foi a prata da casa. Após retornarmos no pôr do sol, o proprietário do local, senhor Adriano Jorge e seu funcionário, Adelino, foram até nosso quiosque e conversaram bastante conosco, orientando sobre a melhor forma de aproveitarmos nossa estada e já planejando como faríamos o passeio ao talhado das araras no dia seguinte. Ficou definido que encontraríamos o senhor Adelino por volta de 5:40 e ele nos conduziria até o início da trilha. Um tempo depois, o senhor Adriano Jorge também nos presenteou com uma amostra de cachaça de fabricação própria, com origem em outra propriedade dele, no estado de São Paulo. Fomos muito bem recebidos ali, pudemos interagir com toda a família, Marie que era a companheira do Adriano Jorge e a Liziê, a filha dos dois. Sentimos que estavam felizes com nossa presença. Nos alimentamos e fomos nos preparar para dormir com um imenso sentimento de gratidão por tanta coisa estar dando certo em nossa grande aventura no Jalapão.

    Dia 6 – Pedra Furada – Cachoeira Urubu Rei – Arraias
    5:30 – O dia começou bem cedo, acordamos às 5:40 e fomos nos encontrar com o Seu Adelino, que nos conduziu até o Talhado das Araras. Ele nos apresentou brevemente as trilhas do local e o principal ponto para contemplação do nascer do sol e nos deixou ali para apreciarmos aquele momento mais a vontade. Montamos nossa toalha com alimentos e, como havíamos levado água quente em nossa garrafa de café, passamos um café ali mesmo, deixando aquela experiência ainda mais marcante, tudo ao som de papagaios e outros pássaros que dividiam aquele momento conosco.
    Assim que nos alimentamos, recolhemos nossas coisas e saímos em uma trilha contornando o morro do que dá nome ao Talhado das Araras. Seu Adelino havia comentado que antigamente havia muitas ali, porém com o avanço das plantações de soja, elas migraram para locais mais próximos desse alimento. A trilha é leve, região plana, e permite uma vista 360º. Paramos em diversos pontos para apreciar a vista, fotografar, meditar, e aproveitar a prática do yoga. Agradecidos por aquela oportunidade, retornamos ao nosso veículo e, antes de retornar ao acampamento, decidimos pegar uma estrada da fazenda que contorna o morro do qual acabávamos de sair. A estrada é bem estreita e em alguns pontos o mato estava bem alto. Fiquei aliviado de ter adquirido um veículo com para-choques e peito de aço reforçados. Após chegar do lado oposto ao que estávamos e identificar que o caminho estava ficando cada vez menos visível, aumentando os riscos de acontecer algo com o veículo, decidimos retornar.
    Ainda do lado oposto, ouvimos o som de uma arara, que estava voando sobre o veículo. Paramos para observar e, para nossa surpresa e inexplicável alegria, notamos tratar-se de um indivíduo da rara arara azul. Ficamos em êxtase! Já havíamos observado várias araras canindé, tanto em Goiás, como na região do Jalapão, porém essa era nosso primeiro encontro com a arara azul. O canto dela é mais grave do que o da arara canindé e ela não parecia muito amistosa. Decidimos parar o carro e observar seu voo. Foi quando percebemos que ela se dirigiu em direção ao paredão do Talhado das Araras e, para nossa surpresa, havia uma companheira ali com ela. Alguns segundo depois, notamos um filhote, tentando se equilibrar nos arbustos ao lado dos pais. Vocês não têm noção do quanto isso nos deixou felizes. Encontrar um exemplar tão raro, em um local que ninguém iria em um passeio comercial, do lado oposto ao Talhado das Araras, ainda mais encontrando uma família completa, evidenciando a preservação daquela região e a evolução familiar. Tentamos registrar algumas imagens e vídeos, mas a distância era aquela que só é possível identificar mesmo a olho nu e, agora e futuramente, em nossas memórias. Observamos mais um pouco e percebemos o porquê da primeira delas ter vindo em direção ao carro: não estavam satisfeitas com a nossa presença ali em seu refúgio.
    10:30 – De volta à área de camping, desmontamos nossa barraca, organizamos nossa bagagem no veículo e decidimos aproveitar para registrar mais fotos na pedra furada. O seu Adelino estava na portaria e já havia nos convidado para uma nova entrada, então não perdemos essa oportunidade, rsrs. Assim que ficamos satisfeitos com nossos registros, nos despedimos dos anfitriões e partimos com o objetivo de rodar o máximo possível, até encontrar algum local apropriado para pernoitar. Estávamos há 900 km de distância de casa.
    11:30 – Pegamos a rodovia TO-040 em direção à cidade de Almas (109 km de estrada de terra). Comentei com minha esposa de, talvez, dirigir até a cidade de Alto Paraíso – GO, para aproveitarmos uma diária na chapada dos veadeiros, porém... Após rodar aproximadamente 50 km, sabíamos que estávamos na região das Serras Gerais e minha esposa identificou alguns pontos de interesse nas proximidades. O primeiro deles é o Cânion Encantado, local que já tínhamos pesquisado anteriormente (seria nossa primeira opção de passeio nas serras gerais) e lido que seria necessário um guia condutor para a visitação. Decidimos não correr o mesmo risco que vivenciamos na visita às Dunas do Jalapão. Então identificamos que seria possível visitar uma cachoeira interessante, denominada Cachoeira do Urubu Rei. A princípio, cachoeiras não estavam entre os objetivos do nosso passeio, mas vimos algumas fotos e decidimos aproveitar a oportunidade de estarmos passando ali do lado (cerca de 11 km da estrada principal). Afinal, não sabemos quando voltaremos para aquelas bandas. Visualizamos a primeira placa para acesso à cachoeira, cujo receptivo também conta com uma pousada, a Pousada Ecológica Vale dos Pássaros, porém, popularmente conhecida como Pousada do David Mendes. Pegamos o acesso, porém não notamos esses detalhes na primeira placa, só que as demais eram basicamente: David Mendes, acesso por aqui, siga em frente 6 km. Como não vimos outra placa com o nome da Pousada Ecológica Vale dos Pássaros, perdemos o acesso correto, porém percebemos que havia algo errado e retornamos ao local correto de acesso. A estrada de acesso passa sobre a cachoeira do Urubu Rei, uma queda com mais de 60 metros (não encontrei informações precisas). Havia um grupo praticando rapel e fizemos uma parada para observar a queda por cima. Muuuito bonito e assustador o desnível. Recusamos um convite de acompanhar o rapel (haha) e seguimos em direção ao receptivo da pousada, na verdade eu estava interessado no almoço, já se passavam das 13h.
    Chegamos na pousada e fomos recebidos pelo seu David Mendes, mas de uma forma tão surpreendente, transmitindo uma energia tão boa, que passaríamos o dia todo conversando com ele. O local é extremamente simples, casa de adobe e pau a pique, quintal com animais domésticos e muita vegetação. Uma energia inexplicável. Ele disse que normalmente as pessoas fazem reservas, com guias condutores, mas nós também éramos bem-vindos. Reforçamos que gostaríamos de almoçar, mas eles ainda estavam preparando o almoço para o pessoal do rapel. Decidimos fazer a trilha das cachoeiras, além da Urubu Rei, há também a cachoeira da Cortina, ambas muito altas e belas. A do Urubu Rei permite aproveitar tanto a queda, quanto o poço, bem raso, já na cachoeira da Cortina a queda ocorre nas pedras, então só é possível aproveitar um banho no poço. Nós pegamos a trilha junto com um outro grupo que já tinha feito o passeio no Cânion encantado, nós disparamos na frente e atingimos a Urubu Rei após uns 35 minutos de caminhada sob um sol forte. Lavamos nossa alma na cachoeira e aproveitamos a oportunidade para continuamos a proferir nosso mantra de agradecimento. Que viagem! Quão abençoado somos! Após aproveitarmos bem, partimos em direção à cachoeira da Cortina, chegamos lá e decidimos não entrar. Registramos algumas fotos e praticamos meditação ao som ambiente, outro momento de gratidão e contemplação. Retornamos ao receptivo da pousada para almoçarmos e, então, decidir o que faríamos a seguir.
    16:00 – Chegamos ao receptivo e nos preparamos para o almoço. O grupo anterior já estava se retirando do local, então ficamos mais aliviados por não ter que comer em um ambiente aglomerado. A mesa de refeição era bem grande e havia local para higiene das mãos e álcool em gel a disposição. Aguardamos até a dona Antônia esquentar um pouco nosso almoço no fogão a lenha e fomos convidados a servir. A cozinha fica na parte interna da casa do casal, enquanto a mesa de refeições fica em uma ampla área externa e bem arejada. Antes de servirmos, o seu David Mendes nos convidou para realizarmos uma oração em agradecimento por aquela refeição e por nossa visita, ficamos muito emocionados com sua atitude, nunca vimos tamanho carinho. Servimos nossos pratos e saboreamos a comidinha caseira da Dona Antônia. Na sobremesa ainda recebemos rapadura e um cafezinho passado na hora. Sensacional! Fizemos tudo sem pressa, aproveitando ao máximo os alimentos e a presença dos anfitriões. Por volta de 17:30 nos despedimos, agradecemos imensamente a recepção amorosa deles e fizemos questão de registrar uma fotografia com o casal e deixar nossas intenções de retornar futuramente para nos hospedar ali. Um dia para ficar gravado para sempre em nossas memórias. Valor total do passeio: R$120 (40 do almoço mais 20 da trilha/cachoeiras por pessoa).
    17:30 – Infelizmente chegou a hora de partir. Serras Gerais e cachoeira do Urubu Rei: check! Missão Alto Paraíso: postponed. Apesar do cansaço, combinamos de dirigir o máximo que conseguíssemos, para reduzir o trecho do dia seguinte. Pegamos a TO-040 com direção a Almas, cerca de 50 km de estrada de terra, dali para a frente passaríamos apenas por rodovias pavimentadas. Após abastecimento em Almas, pegamos a TO-280 em direção à cidade de Natividade.
    ATENÇÃO: O mapa indicava uma capiciosa saída da rodovia TO-280 para acessar uma via que nos levaria até a cidade de Bonfim. Como eu já estava veiáco com o trecho de terra que tivemos que rodar entre Conceição do Tocantins e Dianópolis, decidi seguir pela TO-280 até Natividade e acessar a BR-010, aumentando 38 km em nosso trajeto.
    Deixamos a BR-010 para pegar a TO-050 na cidade de Príncipe, passando por Conceição do Tocantins e Chuva de Manga, até encontrarmos com a TO-296, já bem próximos de Arraias. Este trecho foi feito praticamente todo durante o período noturno. Tivemos sorte de as estradas estarem em boas condições e pouco movimentadas. Nossa parceria também foi essencial para conseguirmos rodar tanto para garantir um bom local de pouso. Com exceção a Almas e Natividade, todas as cidades pelas quais passamos eram bem pequenas e teria sido difícil encontrar uma hospedagem, além do fato de que teríamos de parar sem rodar muito. Como estávamos bem, viajando com uma velocidade máxima de 90 km/h e a viagem estava segura, prolongamos o trecho. Chegamos em Arraias por volta de 10h e paramos no Hotel Japão, o primeiro da cidade (R$190 com café da manhã). Essa foi nossa primeira noite de sono bem dormida, com uma cama muito boa e após um belo banho quente. Precisávamos desse conforto, hehe.

    Dia 7 – Arraias – Alto Paraíso
    9:30 – Após um café reforçado e parada para abastecimento, seguimos nossa viagem pela TO-050 até adentrarmos em chão goiano pela GO-118, rodovia na qual seguimos, passando por Campos Belos, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás, até a chegarmos na cidade de Alto Paraíso. Por se tratar de um sábado do mês de julho, foi muito difícil de encontrar uma pousada para nos receber, porém já não vou entrar mais em tantos detalhes pois nosso descritivo tem foco no Jalapão, rsrs. Tivemos a sorte de encontrar uma vaga na Pousada do Sol aos 49 do segundo tempo. Na verdade, ficaram sensibilizados com a nossa busca e, após a confirmação de falta de vagas, prepararam uma suíte de padrão inferior e que quase não alugavam. Claro que aceitamos sem nem pensar). O local é muito agradável, um verdadeiro recanto das Araras, que passam boa parte do dia a sobrevoar o local e, pela manhã, vêm se alimentar no jardim, em um local preparado exclusivamente para elas. Algo sem explicação, só estando ali (e sendo fascinado por araras, como nós) para entender.
    14:00 – Nosso passeio em Alto Paraíso foi única e exclusivamente para descanso e proveito da cidade. Nem cogitamos visitar alguma cachoeira da região, pois já estávamos extasiados com o Jalapão / Serras Gerais, além do provável movimento elevado durante aquele fim de semana. Almoçamos no restaurante Vendinha 1961. Há noite fomos ao Restaurante Coisas da Drica e retornamos cedo para a Pousada.

    Dia 8 – Alto Paraíso – Goiânia
    6:30 – Acordamos com o canto das Araras sobrevoando a pousada e se alimentado no Jardim. Levantamo-nos para observá-las e registrar fotos e vídeos.
    Tomamos um café da manhã reforçado e aproveitamos um pouco mais do jardim, antes de decidir se ficaríamos até mais tarde, ou já pegaríamos o trecho para Goiânia. Decidimos dormir um pouco mais e fizemos o check-out por volta de 12h. Abastecemos e, antes de pegar a rodovia, preferimos almoçar no restaurante Cravo e Canela. Tanto o Coisas da Drica como o Cravo e Canela são restaurantes veganos com excelentes cardápios. Apesar de não sermos veganos/vegetarianos, ficamos muito bem alimentados em ambas as ocasiões. Além disso, o ambiente desses espaços são uma atração à parte e, por si só, já valeriam a visita.
    14:00 – Saída de Alto Paraíso com parada para abastecimento em Brasília.
    20:00 – Chegada em Goiânia. Percurso total registrado 2762 km. Aventura concluída com sucesso! Saldo: muita gratidão e histórias pra contar.
    Miniaturas de Anexos Miniaturas de Anexos -dia1.png   -whatsapp-image-2021-07-14-16.57.27.jpg   -whatsapp-image-2021-08-06-23.09.37-1-.jpg   -whatsapp-image-2021-08-06-23.11.57.jpg   -whatsapp-image-2021-08-06-23.31.20.jpg   -whatsapp-image-2021-08-06-23.18.08.jpg   -whatsapp-image-2021-08-06-23.20.34.jpg   -whatsapp-image-2021-08-06-23.22.36.jpg   -whatsapp-image-2021-08-06-23.23.48.jpg   -fim.png  

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