Delfinópolis (Canastra) OUT 2019 - Buggy-Gaiola VW 1600

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Eu e minha esposa decidimos ir novamente à Canastra e desta vez optamos por Delfinópolis. Partimos de Amparo com uma antiga Hilux rebocando com towbar um Buggy-Gaiola VW 1600. Demoramos 6 horas para percorrer 330 Km, pois veículos articulados devem manter a velocidade máxima igual a dos veículos pesados e além disso fizemos algumas paradas para descanso. A viagem foi sem incidentes e atravessamos a represa do Rio Grande de balsa, sem fila. Ficamos numa pousada rural com acomodações razoáveis, porém sem funcionários e o proprietário mora em Delfinópolis e vem apenas uma hora por dia e serve um café da manhã medíocre. Devido a quase ausência do proprietário nós decidimos preparar na cozinha do chalé o nosso café da manhã, almoçar em Delfinópolis e jantar (lanche) no chalé.

Temos ido várias vezes à Canastra e infelizmente alguns locais turísticos são mal conservados, tem acesso difícil e os serviços ofertados são de má qualidade. Muitos quando questionados alegam que não querem destruir a Natureza, pois têm consciência ecológica. Ledo engano! Conversa mole pra boi dormir! Preguiça e descaso! Uma pousada rural que tem uma estrada de terra de 3 Km precisa uma ou duas vezes por anos conservar o seu leito, tapando buracos, crateras, erosões, etc. Pode ser até necessário usar um trator e isto não é crime ambiental, muito pelo contrário. As trilhas pelas matas precisam ser sinalizadas e melhoradas, sempre que as chuvas as danifiquem. Pontes sobre rios e riachos precisam ter os cabos de aço inspecionados, conservados e até trocados, se necessário. Idem para o piso de tábuas, etc. Preservar a Natureza não é oferecer ao turista desconforto, insegurança, sujeira e outras precariedades. Afinal o turista paga por tudo que consome e geralmente paga bem.

Seria temerário para um casal de idosos embarcar num Buggy-Gaiola e ir pilotando este veículo aberto até a Canastra. Então a solução foi leva-lo com uma velha e boa Hilux.



A principal dificuldade em rebocar um veículo é a redobrada atenção que precisamos ter com os outros motoristas. Quando a estrada fica com pista única é comum praticarem ultrapassagens imprudentes e outras maluquices. Por isso coloquei uma placa na traseira do Buggy-Gaiola avisando que o veículo tem 12 metros e a velocidade máxima é 80 Km/h. Minimiza um pouco a imprudência. Usamos towbar com munheca e trava, além de corrente de segurança e luzes sinalizadoras (freio, lanterna e setas). Documentos e equipamentos em ordem. Nenhum aborrecimento com a fiscalização.

Delfinópolis é uma cidade pequena, simpática e com povo hospitaleiro. Fica às margens da represa do Peixoto, vale do Rio Grande e ao se dirigir em sentido norte, nordeste ou noroeste já se atinge as serras que antecedem a Canastra propriamente dita: Serra Preta, Serra Branca, Babilônia, etc. Porém as estradas são de terra e muitas estão mal conservadas. A BR 464 (federal) é ainda de terra, mas é relativamente frequente ver máquinas do DNIT fazendo conservação, pois tem movimento e importância para o agronegócio. A primeira coisa que fizemos foi procurar um autêntico produtor de queijo na cidade e comprar o famoso e delicioso Queijo Canastra.



Continua...

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Chegando em Delfinópolis (14/OUT/2019) encontrei um gêmeo do meu ONÇA, amarelo, capota de lona, motor OM314 (sem turbo) e bem preparado para enfrentar as estradas da Canastra. Próximo a este JIPÃO 5 anos mais novo estava uma Gaiola de trilha, VW 1600, porém sem emplacamento. O mundo parece grande, mas é muito pequeno.



Irmão gêmeo do meu ONÇA.



Gaiola de trilha VW 1600. Sem emplacamento e com pneus muito agressivos é ideal para terra e barro.

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Após uma noite bem dormida fomos ao nosso primeiro passeio. Cachoeira Maria Cândida (Acqualume). O riacho no verão deve ser mais volumoso, mas a cachoeira é bem alta e a água é agradavelmente fria para um dia bem quente. Bastante sombra e poço com profundidade de até 6 metros. Devido a altura da queda e abundância de material vegetal a água tem bastante partículas vegetais em suspensão próximo à queda, mas depois vai ficando bem clara. Poluição ZERO. Bom para nadar.
A pousada tem bons chalés e até cozinha com fogão e geladeira. Ventilador de teto ajuda bem a enfrentar o calor. Infelizmente o proprietário mora em Delfinópolis e durante os dias úteis não tem funcionários. O café da manhã é sofrível e por isso passamos a fazer nosso café e lanches no chalé. Mas o local é bonito, muito agreste e próximo da cidade (4 Km). Mais tarde fomos comer uma saborosa comida mineira no "restaurante do Mamão" e tomar um gole de cachaça artesanal.









Obs.: Só usei as nadadeiras (pés de pato) nesta primeira cachoeira, pois não vi necessidade. A máscara é ótima, pois fornece uma ótima visão na água. O snorkel é uma necessidade, pois o nadador idoso merece ter toda a facilidade do mundo para respirar e se cansar menos.

[diogofalcomer]

Que viagem legal capitão! Cachaça em minas com um queijo e um café depois é tudo de bom!

Grande abraço!!

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Vale da Gurita - Cachoeira Maria Concebida

No nosso segundo dia em Delfinópolis fomos até o Vale da Gurita conhecer a Cachoeira da Maria Concebida (complexo com várias quedas). Vamos nos ater à primeira delas, por sinal muito bonita, agradável e bem conhecida. O poço começa bem raso, mas pode alcançar 3 metros ou pouco mais em alguns trechos. A água é cristalina e usando-se a máscara e o snorkel pode-se ver com nitidez muitos peixes pequeninos, a maioria lambaris que nadam ao nosso lado sem medo. Num dia quente (16-Outubro-2019) a água fria, limpa, cristalina e refrescante é uma maravilha. Ao lado da cachoeira há uma nascente que o fazendeiro canalizou com cano de PVC. O jorro é quase morno e isto permite um curioso contraste com a água fria do rio. De fato é uma fonte termal, porém discreta. Poluição ZERO.



O Buggy-Gaiola nos levou facilmente até o começo da trilha. Uma ponte pênsil bastante precária e mal conservada marca o início da caminhada. Pessoas com dificuldade de locomoção e crianças não devem tentar cruzar esta ponte, pois há risco de escorregar e cair no rio. Cautela, bom senso e prudência acima de tudo. A trilha a pé é quase plana (1,5 Km) e fácil, exceto a ponte.Nos vídeos eu enfatizo muito o cuidado com o Buggy-Gaiola afim de não judiar nem "esmerilhar" o carrinho. Fazendo isto eu penso que o risco de quebrar algo é bastante minimizado e sem pane, sem quebra o passeio por estas paragens é sempre muito mais divertido e prazeroso.

A estrada para o Vale da Gurita e cachoeira da Maria Concebida é de terra batida e com tempo seco até carro de passeio pode trafegar. Propositalmente ultrapassei a entrada para Gurita e logo depois cheguei a uma ponte de concreto sobre o Rio Santo Antônio (BR-464) onde pude ver e filmar a Cachoeira de Santo Antonio. Retornei e fui para o Vale da Gurita, sem dificuldade. O local é uma fazenda (propriedade privada) e é cobrada uma taxa de R$ 20,00/pessoa. Como vi veículos estacionados na fazenda é de se supor que exista outro caminho para se chegar lá (de carro). Não sou contra o fazendeiro cobrar para se visitar a sua propriedade, mas a ponte pênsil que ele disponibiliza para os turistas oferece risco e isto é deplorável e muito ruim. Infelizmente o conceito de turismo nestes lugares é precário e deturpado. Se esta ponte pênsil tivesse seus cabos de aço em bom estado, suas tábuas em boas condições e suas laterais teladas corretamente o turista se sentiria seguro e ao mesmo tempo poderia curtir a Natureza sem problemas. Conservar uma estrada de terra, uma ponte de pau e sinalizar uma trilha não agride o meio ambiente, muito pelo contrário. É preciso mudar esta mentalidade errada e preguiçosa de achar que o turista que vai conhecer um lugar de natureza pouco agredida, agreste, semi-selvagem ou bucólico merece pagar bem e receber em troca uma série de dificuldades, riscos e desconfortos, fingindo que isto é turismo ecológico. Afinal a Canastra não é um safari africano ou uma expedição aos picos do Himalaia.

Duas palavrinhas sobre o Rio Santo Antonio e Rio São Francisco. Ambos nascem na Canastra e bem próximos, porém tomam rumos bem distintos. O Rio Santo Antonio é curto, corre para oeste e depois sul, desaguando no Rio Grande. O Rio São Francisco é muito longo, corre inicialmente para oeste e depois para o norte. Na figura em verde está o Rio Santo Antonio e em vermelho o Rio São Francisco. Nascem como dois irmãos, mas logo tomam rumos muito diferentes.



Embora Delfinópolis fique às margens do Rio Grande (vale) ao se tomar a direção norte, nordeste, noroeste ou oeste logo se atinge a Serra Babilônia e esta faz a separação entre a Canastra propriamente dita e o vale do Rio Grande. Na prática a Babilônia é considerada como integrante da Canastra. Suas estradas (todas de terra) e trilhas são belas, porém mal conservadas. Muitos locais pode-se chegar com carro de passeio, mas um 4x4 será sempre a melhor opção, principalmente se chover. Algumas trilhas são repletas de erosões, crateras e pedras e apenas Jipeiros experientes e com veículos muito bem preparados conseguem vencer.

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Comendo Queijo Canastra (curado) e vendo um canário-da-terra.
Delfinópolis MG
Outubro 2019

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Que viagem legal capitão! Cachaça em minas com um queijo e um café depois é tudo de bom!

Grande abraço!!

Diogo, nesta década tenho ido anualmente à Serra da Canastra e sempre com veículo 4x4 e/ou Buggy-Gaiola. Dou preferência ao início da primavera, pois ainda chove pouco e as águas não estão tão frias como no inverno. Até agora o melhor lugar que encontrei foi em Vargem Bonita, na pousada do Zeca e da Heloina (Praia da Crioula). Conheço Delfinópolis, São João Batista do Glória, Vargem Bonita e São Roque de Minas. Sempre aproveito para comprar alguns queijos Canastra.
Já sou idoso (72), mas enquanto DEUS me permitir vou continuar viajando para Canastra.
Bons passeios.
Saudações,
Capt. Gottlieb

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Trilha para a Cachoeira do Paraíso - Delfinópolis MG

Dia 17 de Outubro acordamos cedo, espontaneamente (06:00), tomamos um reforçado café da manhã que a Luciane preparou no próprio chalé e fomos com o Buggy-Gaiola para a Cachoeira do Paraíso. Todos dizem que é um belo lugar e que vale a pena conhecer. A trilha é razoável e a Gaiola nos levou sem dificuldades. Chegamos exatamente às 07:55 a.m. e demos de cara com uma porteira fechada com corrente e cadeado. Esperamos meia-hora e não apareceu ninguém. Tentamos telefonar e só deu caixa postal. Cansamos e fomos então para a Cachoeira do Ézio. Infelizmente este passeio não deu certo, pois o pessoal perdeu a hora ou o despertador quebrou.



Numa viagem é preciso se preparar para algumas decepções. Falam bem deste local, mas algo deu errado neste dia.

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Diogo, nesta década tenho ido anualmente à Serra da Canastra e sempre com veículo 4x4 e/ou Buggy-Gaiola. Dou preferência ao início da primavera, pois ainda chove pouco e as águas não estão tão frias como no inverno. Até agora o melhor lugar que encontrei foi em Vargem Bonita, na pousada do Zeca e da Heloina (Praia da Crioula). Conheço Delfinópolis, São João Batista do Glória, Vargem Bonita e São Roque de Minas. Sempre aproveito para comprar alguns queijos Canastra.
Já sou idoso (72), mas enquanto DEUS me permitir vou continuar viajando para Canastra.
Bons passeios.
Saudações,
Capt. Gottlieb

Capt vou anotar suas dicas com certeza!! Muito obrigado!!

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Como o passeio para a Cachoeira e Pousada do Paraíso gorou nós decidimos ir conhecer a Cachoeira do Ézio. Acesso por 8 Km de estrada de terra, padrão Canastra e que o Buggy-Gaiola venceu facilmente com tempo seco. O local é simples, rústico e tem um bar bastante rudimentar, mas não consumimos nada por lá. Uma moça nos atendeu prontamente, trocamos dois dedos de prosa e estacionamos a Gaiola na sombra, bem perto da primeira cachoeira. Um casal de cachorrinhos vira-latas, de pequeno porte, mansos, amorosos, simpáticos e medrosos ficaram nos pedindo um pouco de afeto e algo para comer. A cadelinha deu a luz provavelmente a menos de dois meses e momentos depois surgiram dois filhotes muito ariscos. Todos magrelos, sujos, com pulgas, carrapatos e com muita disposição para comer. Luciane sempre traz no carro pelo menos dois quilos de ração e logo fizemos quatro montinhos (de bom tamanho) que os quatro passaram a devorar com muita vontade. Pelo menos neste dia eles se fartaram. Eu tenho dez cães, todos resgatados das ruas e muito bem tratados. A maneira como vi estes cãezinhos me deixou triste e achei isto um fator negativo para o lugar. As instalações não me pareceram ser de uma pousada e sim de um camping relativamente modesto. Há um bom gramado para armar barracas, locais com sombra e sanitários (que não precisei usar). Neste aspecto o local é interessante. Só fui na primeira cachoeira cuja água é cristalina e agradavelmente fria para nadar. Enfim, um bom lugar para acampar ou visitar. Pagamos R$ 20,00 por pessoa para ter acesso, pois é propriedade particular. Quem for com crianças ou pessoas que não sabem nadar deve vigiá-los de perto, pois o poço começa bem raso nas bordas, mas no centro chega a ter pelo menos 3 metros. Água cristalina, pura e poluição ZERO.







E este foi nosso último passeio na Canastra neste Outubro de 2019. À tarde voltamos para o chalé para prepararmos a volta para Amparo. Bela viagem, bons passeios e o nosso modesto off-road (Buggy-Gaiola VW 1600) correspondeu 100%. Enquanto DEUS me permitir vou retornar ao menos uma vez por ano à Serra da Canastra.

[CAPT GOTTLIEB]

Dia 18 de Outubro acordamos (espontaneamente) às 6 horas da manhã e como já estava quase tudo pronto ganhamos a estrada para Delfinópolis em menos de quinze minutos. Rapidamente chegamos em Delfinópolis e encontramos um bar-padaria onde pudemos tomar um bom café da manhã. Fomos para o porto e precisamos esperar a Balsa, que desta vez demorou quase meia-hora. Ao sair da Balsa engatamos o Buggy na caminhonete e voltamos para Amparo. Viajamos tranquilamente e chegamos em casa às 14 horas, sendo recebidos com muita festa por dez peludos maravilhosos (nossos dez cachorros). Mas já estou imaginando em retornar à Canastra.

[Canastrilheiro]

Parabéns pelo relato. Sempre fiz o passeio de moto. Recentemente adquiri uma gaiola e farei passeio semelhante ao vosso no mês de dezembro. Desta vez levando minha família e minha inseparável vira-latas (também resgatada)