Quando Magalhães viu os pés "enormes" dos nativos chamou-os de Patagônios, e a sua terra de Patagônia, que significa "pés grandes". Esses nativos foram vistos na região de Ushuaia.
Acordamos por volta de 4h, estava muito frio. Fomos para a lavanderia tomar um pouquinho de calor no sistema de calefação Rsrs. Decidimos sair cedo e chamamos o francês para ir conosco. Ajeitamos o carro e saímos. A carona para o francês se tornou uma grande surpresa. Conversamos sobre tudo, política, futebol, música, cultura, carreira, e outras coisas. Bastante culto o rapaz, era formado em “eletricidade”, uma espécie de especialização durante o colegial. Conversávamos em inglês e espanhol, e tinha momento que saia tipo um portuenglenhol fluente kkkkk. Apresentamos a ele o biscoito de polvilho e ficou fascinado.
Logo após sair de Río Gallegos nos deparamos com um piquete às 7h da manhã, manifestantes puseram fogo em pneus e fecharam a estrada, no lado Argentino. Conversei com eles, perguntei sobre o que era a manifestação e me disseram que reivindicavam menor desemprego e maiores salários. Falei que apoio a manifestação deles, simpatizaram conosco e nos deixaram ir. Era uma paralisação nacional. Enquanto conversávamos um deles, um barbudo tipo Brutus, ficava me zoando, me ensinando a pronunciar Ushuaia corretamente, dizia: “se dice ‘Uçuaia’”.
Logo em seguida chegamos na aduana, atravessamos para o Chile e chegamos à balsa para travessia do estreito de Magalhães, a mais importante travessia natural do Pacífico para o Atlântico das Américas. Fiquei feliz por ter passado por ali.
Seguimos adiante e fomos em direção à única colônia de pinguins rey das Américas. É uma espécie que vive nos polos e havia pouco mais de 60 indivíduos, uns 30 filhotes. Os que estavam lá são os segundo maiores da sua espécie. Chegamos e fomos até eles, eram muito bonitos, possuem um degradê amarelo no pescoço. Tiramos fotos, ficamos um tempo vendo o comportamento deles e fomos embora.
Em seguida passamos novamente pela aduana, voltando para a Argentina. Dali em diante, em torno de uns 100km, a estrada era de rípio, mas bem conservada. Fiz em uma velocidade média de 80km/h. Pegamos asfalto e depois da cidade de Tolhuin a paisagem finalmente começou a mudar. E o cenário era ESPETACULAR.
Avistávamos a lago Fagnano, enorme e divide Argentina e Chile. Diminuí a velocidade para apreciar a beleza. Em seguida havia um lago menor, Laguna Escondida. Eu soube de uma trilha que passa ao redor do lago e planejei passar por lá. Entramos e o nível de dificuldade da trilha era relativamente alto. Terra, pedras, buracos e tudo molhado. Liguei o 4x4 e fomos em frente, atravessando os obstáculos. Os mirantes apareciam e a todo momento parava para fotos. Linda paisagem. Loïc estava junto e se divertiu bastante, afinal as caronas que costumava arrumar eram caminhões, só estrada, do ponto A ao B. Felizes da vida seguimos para Ushuaia, 60km faltavam para o fim do mundo.
As paisagens continuavam lindas e parávamos para fotos. Chegamos na cidade e tentamos abastecer, “El Paro” não permitiu os postos de funcionar. Deixamos para o outro dia. Não há camping estruturado na cidade e ficamos em pousada mesmo. Comprei uma cerveja artesanal local e fomos para o quarto descansar.
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KM rodado no dia: 779 km
Litros: 99,33 litros
Preço Médio Diesel S500: 3,066
Média km/L: 7,84
Local de hospedagem e preço: Pousada Les Cohiues (800 pesos para dois)
KM rodado acumulado: 6.181,10km