Ainda tenho paciência e continuo acreditando na evolução humana, apesar de ver poucos exemplos dessa mudança.
Eu sei o porquê desse tipo de ironia, aliás, todos nós sabemos, então já estamos acostumados. Não precisam ser solidários comigo porque realmente eu entendo esse tipo de comportamento, e não é um profissional com a minha formação que vai resolver isso.
Apesar de ser chamado de "sabe-tudo", entendo pouco de psicologia.
Vamos lá... eu já expliquei várias vezes, já usei os próprios números que publicaram equivocadamente para tentar provar um erro no meu ponto de vista, já fiz um gráfico, já expliquei novamente, citei alguns links com mais referências sobre o assunto, depois citei outro exemplo mais recente, mas vamos ser ainda mais didáticos. Depois dessa eu desisto, aí o problema é outro fora de meu alcance.
Estou escrevendo uma reflexão sobre isso para publicar no meu site, mas vou adiantar uma figura que fiz aqui (que será melhorada) com uma breve explicação, é algo bem simples, bem resumido, depois exploro com mais detalhes e com uma argumentação mais embasada como sempre faço para não deixar mais dúvidas.
Esse "pré-gráfico" (calma... vou melhorá-lo um pouco mais), mais uma vez, explica o que eu tenho dito e repetido.
Eu nunca disse que um determinado modelo ia vender bem porque era novidade e depois não venderia nada. Óbvio, evidente, lógico, que isso não é coerente, e qualquer criança sabe disso.
O mercado é vivo, um modelo pode ficar anos escondido e repentinamente saltar em evidência. Vejam o Polo.
Quem faz sempre o mesmo comentário, todos os meses, em cima dessa ideia, está se repetindo na sua "limitação de compreensão" (para ser educado).
Um novo modelo, ou um modelo já existente, quando de uma renovação e com uma forte promoção (nesse caso a falsa ideia de ter uma "tecnologia revolucionária"), sofre um pico de vendas no seu lançamento, este é o efeito novidade amplamente conhecido no mercado. No caso de carros, isso é puxado pela expectativa, pela pré-venda "forçada", pelo desejo do consumidor e ter algo que ninguém ainda tem, pela vontade de conhecer o modelo, pelas unidades que são emplacadas para distribuição às concessionárias para testes, pela renovação da frota da marca (é a primeira a ser atendida), pelos eventos de divulgação inclusive jornalísticos, e muitos outros.
Se pararem para pensar um pouco, não é tão difícil, podemos ver que vários modelos, inclusive e principalmente de um certo fabricante, são anunciados como tendo vendido milhares de unidades num primeiro dia, centenas de unidades em algumas horas, e outros anúncios de efeito (que também favorecem esse pico), mas o que se vê nos dias seguintes e nos meses que se sucedem é que isso não se repete. Um segredinho pra vocês, na verdade muitas destas "vendas" são apenas pedidos ou intenções de compra, ou uma mera reserva, tanto que o número de emplacamentos depois não coincide com o anunciado, já repararam nisso? Pois é...
E não foi a minha bola de cristal que me contou isso, mas gente da própria marca.
O fato é que, depois de passado esse primeiro momento (foi assim aqui no Brasil, na Argentina...), que pode durar até alguns poucos meses, há uma queda de emplacamentos, e depois disso o carro começa a ser divulgado e oferecido de forma, digamos, "regular"... e com o passar do tempo ele vai ganhando ou perdendo espaço, se acomodando num patamar mais real, por um tempo indeterminado.
Então, imaginar que um carro só vai vender bem no começo de sua vida, unicamente por conta do efeito novidade, é não entender nada de como funciona isso. E é complicado entender isso? Não, nem um pouco. Realmente não entendo porque tantas vezes tenho que explicar isso. É mais cansativo repetir isso do que entender.
Mas, tenho paciência, e como eu já disse, ainda acredito na evolução, pouco, mas procuro ter fé.
Isso não é bola de cristal, calibrada ou descalibrada... . Isso é mercado, funciona assim e todos os fabricantes conhecem esse fenômeno, repito, todos. Tanto é fato que os próprio fabricantes (ou meros importadores) usam esse efeito como instrumento de persuasão de vendas, sabiam disso? Quem não se lembra de uma picape que chegou dizendo que ia desbancar a Toro, que era a top das galáxias, que tinha vendido 300 unidades em 24 horas... se fizermos as contas em dias comerciais, num mês ela teria vendido então 7.200 unidades e realmente desbancado a Toro, mas o que vimos foi um fracasso em relação à sua intenção inicial, uma forte queda com esse número mal chegando num mês cheio de vendas depois. Mas, certamente isso causou um "Ohhhh!!!!!" no mercado.
Olhem só essa reportagem: Ninguem gostou? Ford vende 300 Maverick em 24 horas
Vejam o comentário do autor (que não sou eu):
"Seu preço de R$ 239.990 é mais alto que o da Fiat Toro e ela não oferece motor diesel — o queridinho dos picapeiros brasileiros. Porém o fator novidade falou alto: o primeiro lote da picape esgotou em 24 horas."
Olha só... "fator novidade"... poxa vida, e eu tentando enganar a todos que fui eu que inventei esse fenômeno
Ou será que o autor da reportagem também tem uma bola de cristal?
A única novidade nesse efeito novidade é novidade nenhuma
É só olhar, ler, entender, e não precisa nem interpretar ou raciocinar, porque aqui não tem nenhum cálculo complexo de engenharia, é algo simples demais.
É isso... depois vou aprimorar o texto e a imagem para o meu artigo, e juntar mais coisas para não perder a graça depois. Leiam lá.
Agora vamos esperar mais um mês para ver se agora esse fenômeno foi devidamente compreendido...