Postado originalmente por
Walter da Camper
Daqui há pouco aparece um orçamento de retífica do V8 diesel em oficina independente e aí teremos um real parâmetro de comparação.
Eu, ficaria muito contente ao me deparar com fatos que desfizessem minha percepção de que as Disco III e IV foram projetadas com uma filosofia de serem descartáveis após o 1º dono. Afinal, a Land Rover construiu sua imagem mundial com base em projetos de veículos duráveis e de manutenção viável até na savana africana.
Quando criticamos a decisão do projetista em fazer a carroceria removível para acesso à mecânica, não estamos atacando pessoalmente os donos do modelo, que sempre acabam levando isso para o lado pessoal.
Essa mesma decisão de projeto que ora condenamos, seria plenamente aceitável no caso de um veículo super-mega-esportivo, como uma Ferrari, Lamborguini ou Porsche cujos donos, via de regra, não os utilizam para expedições e seu perfil de uso comporta perfeitamente uma parada prolongada e onerosa para a manutenção numa oficina localizada na capital de SP ou RJ, com desmontagem total, como se fosse uma aeronave.
Talvez isso seja uma opinião arcaica e um tanto desatualizada com a realidade do mercado automobilístico, mas a maioria daqueles que levam a sério os veículos 4x4 e os utilizam para viagens, expedições, trilhas ou competições sabem que um dos princípios básicos no projeto desses veículos é a facilidade e rapidez na manutenção, principalmente a corretiva.
Quando nos deparamos com um 4x4 de uma marca que carrega o peso da história da Land Rover, essa situação inusitada de erguer a carroceria para trocar correias nos parece uma enorme contradição com a proposta do carro e com a própria história da marca. Daí resulta a conclusão de que o fabricante pensou apenas na possibilidade do primeiro dono utilizar o carro em viagem fora-de-estrada e, após isso, tornar essa utilização impraticável para o segundo dono, de modo que ele perca o valor de revenda em vá direto para o desmanche. Com essa estratégia, a imagem do modelo estará sempre associada a veículos novos sendo conduzidos por consumidores premium, ou seja, nunca será visto como carro "de pobre".
Ocorre que, ao menos no nosso país, a realidade é exatamente o contrário: O primeiro dono de um carro desse nível não o utiliza para a prática de off-road e somente o 2º ou 3º dono pensará em adquiri-lo para realizar o sonho de ir a Ushuaia ou ao Atacama. É com base nessas premissas que nós, brasileiros amantes do 4x4, analisamos se determinado modelo é um 4x4 bom ou ruim. Portanto, não é nada pessoal com a marca ou seus entusiastas.