Postado originalmente por
CGAUER
Wald,
o trem de força do Defender acumula uma série de pequenas folgas naturais do projeto que ainda são potencializadas pela tração integral, onde as todas as folgas de projeto ou não, acabam se somando.
Acrescente ainda a elasticidade dos coxins do conjunto, molas do disco de embreagem, elasticidade dos semi-eixos e a flexão da suspensão; sim ela também influência.
Finalmente o grande culpado... Nossos motores TDI Diesel são comandados imediatamente pelos nossos pés, sem nenhum retardo de forma a atenuar a entrada e saída de força, como é comum nos motores eletrônicos, seja gasolina ou Diesel. Ou seja, no momento que você tira o pé do acelerador, um TDI IMEDITAMENTE vira um freio, introduzindo um forte golpe na transmissão. Nos TDIs controlamos o fluxo de Diesel em tempo real, já nos eletrônicos tudo é computado e calculado e então o motor reage até mesmo de forma tornar a condução mais agradável. Eu ainda prefiro ter o poder de realmente dizer para o motor como ele deve reagir sem 1ms sequer de atraso.
Quem dirigiu os dois sabe bem o que acontece quando você tira o pé do acelerador de um TDI e de uma Puma. A Puma continua puxando por alguns breves instante, para quem pega o carro pela primeira vez, dá até medo...
Em resumo, quando você remove o pé do acelerador de maneira brusca, você cria uma onda de choque no conjunto, que literalmente faz o conjunto "quicar" como uma bola que encontra o chão, tudo por conta das folgas (espaço para quicar) e dos elementos elásticos como: coxins, suspensão e semi-eixos. Finalmente o resultado são os solavancos é o efeito de "pulos/engasgos".
O correto, até como forma de preservar o sistema, é retirar o pé lentamente do acelerador. O mesmo vale ao tornar acelerar. Acostume-se a antever o que vai acontecer no trânsito, conferindo assim o tempo necessário para suavizar os movimentos do pé direito.
Choques na transmissão são como marteladas aço vs aço, ok, relativamente atenuadas pelos lubrificantes e elementos elásticos principalmente o disco de embreagem, mas as pobres estrias dos semi eixos dos 110 e 130 não costumam ter a mesma sorte, geralmente estão secas e um dia terminam por se desgastar totalmente.
Moral da história, eduque o pé direito e comece a reduzir as marchas após reduzir a velocidade. Hunft! rsrsr
Se tem uma coisa que motor Diesel odeia, são trocas preguiçosas, ou seja, trabalhar fora da rotação ideal, geralmente rotações muito baixas, a famosa preguiça em apertar a pesada embreagem e escolher uma marcha menor! Em baixíssimas rotações, cada explosão nos cilindros do motor se transforma em uma poderosa onda de choque contra uma transmissão que não permite o motor deslanchar, desencadeando também nos solavancos, o assim chamado "luggin", situação ultra inadequada para o trabalho do motor, onde as pressões internas se tornam perigosamente altas, ainda mais num regime onde a pressão do óleo é quase inexistente. O desgaste de um segundo de luggin do motor pode equivaler a dezenas de horas do motor operando em potência máxima... Imagine um canhão carregado, cilindro cheio de Diesel prestes a estourar, mas porque você escolheu uma marcha pesada você vai segurar a explosão dentro do canhão... Nada bom! É como segurar um espirro...
Infelizmente motores Diesel turbinados entregam sua força uma faixa bastante estreita de rotação, exigindo do motorista constantes trocas de marchas. Veja a VW Amarok automática, possui nada menos do que 8 marchas, tudo para tirar a última gota de força do ridículo motor 2.0 de 200HP, força disponível somente numa ridícula faixa de rotação. Ela sempre esta trocando de marcha, sem parar. Aliás, é o mesmo câmbio da D4 SD6 e RR TDV8
Abs
Clemente