Postado originalmente por
lorpa
Analisando bem, o sistema de ventoinha viscosa não oferece um controle de temperatura muito melhor do que a ventoinha elétrica tradicional, comandada por termostato.
A ventoinha viscosa possui uma limitação na forma em que realiza o monitoramento da temperatura. O contato bimetálico NÃO está em contato com o fluido de arrefecimento (água+aditivo), mas capta o calor emanado pelo radiador, que fornece uma boa correlação com a temperatura do fluido, mas não é a variável de controle propriamente dita. O bimetálico da ventoinha irá capturar uma informação de temperatura com um certo retardo, devido ao processo de troca de calor do fluido com o radiador, depois do radiador para o ambiente e por fim, do ambiente para o bimetálico.
O sistema elétrico convencional, com controle por termostato consegue medir diretamente a variável que se deseja controlar, no caso o fluido de arrefecimento. A desvantagem é a sua histerese (caracteristica de acionamento e desacionamento desiguais), deixando uma faixa de atuação. Não sei como o sistema viscoso opera, se o bimetálico consegue gradualmente acoplar a ventoinha ou o acoplamento é on/off também. O que pode ser feito para melhorar isto é utilizar uma ventoinha com mais de uma velocidade, similar aos carros com ar condicionado, que possuem um resistor para criar uma velocidade baixa de rotação da ventoinha, que é acionada por um termostato duplo. Isto melhora o controle, mas ainda é limitado.
O melhor sistema disponível atualmente (na minha opinião), do ponto de vista de controle de temperatura, é o controle por PWM, como o encontrado em carros como o Fiat Stilo, entre outros. Um sistema de controle eletrônico monitora a temperatura do fluido com base em um padrão pré-estabelecido, e com base no erro entre eles, é gerado um sinal que regular a rotação da ventoinha, similar ao que existe nas ventoinhas de computador. Neste sistema é possível variar continuamente a rotação da ventoinha.
Eu tinha planos de fazer o controle da ventoinha por meio de PWM, usando um controlador dedicado, mas abandonei a ideia porque instalei o sensor de temperatura para monitorar a temperatura do cabeçote. A temperatura do cabeçote pode ser usada como uma estimativa proporcional a temperatura da água, na "fase fria" do motor, o cabeçote chega rápido nos 90°, enquanto o ponteiro da temperatura da água do painel pouco se moveu. A ventoinha funcionaria sem necessidade, visto que a água ainda não chegou na temperatura desejada. Depois com o motor quente, a correlação entre as temperaturas seria boa o suficiente para fazer o controle desta maneira. Um problema similar acontece com a sonda lambda dos carros a gasolina, em que com o sensor frio, a leitura não é precisa e a central da injeção ignora a leitura, utilizando valores parão para atuar. Com o sensor quente, ele é usado para regular a mistura.
Eu prefiro a ventoinha elétrica na maioria dos casos, por questão de custo, robustez e resultados. Entretanto, existem aplicações em que a viscosa é melhor, como em casos em que é necessário um fluxo de ar grande, como no caso de veiculos com motor diesel e carros com motores grandes (por ex. BMW, etc). A própria sportage é um exemplo disso, assim como as outras caminhonetes diesel e caminhoes. O calor gerado pelo motor é muito grande, e o espaço disponível limitado (nas caminhonetes e carros como motores grandes) e é preciso uma grande massa de ar para arrefecer o fluido. Há de se considerar também a possibilidade de submerssão, no caso do veiculo atravessar um rio, ou um alagamento, onde a ventoinha elétrica falha fatalmente, e a viscosa consegue manter sua operação. Nestes casos, a viscosa é a melhor opção disponível.
Como eu não uso a viatura para passar alagamentos nem rios, a ventoinha elétrica me atende bem. Do ponto de vista financeiro, eu gastei 200 reais na ventoinha (de Vectra/Astra usada), mais uns 100 reais para instalar, gasto total de 300 reais, com vida útil bem alta. A viscosa sai por uns 500 reais mais mao de obra para trocar, com vida útil de 60 mil km.
Eu cogitei usar uma ventoinha do Ford Fusion, que é BEM maior que a do Vectra, mas ela é bem cara, e considerei com custo inviável.
Os dois sistemas possuem suas vantagens e desvantagens, a escolha por um ou outro deve ser feita pelo objetivo que se deseja.
Aproveitando, alguém sabe como eu desmonto o acoplamento da ventoinha? Eu queria trocar o óleo para ver se volta a funcionar.
[]s