Como jogador de RPG, ainda periga você dizer que tem dado de quatro, se referindo ao número de faces da peça. Se fizer isso, é melhor mudar de cidade. Na verdade, o bastardo está perguntando se você tem sido sodomizado em seu pr óprio lar, já que o verbo "dar", no imaginário popular, geralmente é usado para o ato de oferecer o ânus ou a vagina. Pois é, você teria confessado algo que nunca fez. Vamos tentar colocar seu adversário na posição de vítima. Diga assim: "Não. Mas posso passar de bicicleta rapidinho na sua casa para ver se tem lá. O problema é que tenho que encher o pneu. Não vi posto nenhum na frente de sua casa. Por acaso tem posto atrás?". Se ele disser "sim" ou mesmo um "mais ou menos", você está feito. Como? Ele acabou de dizer que tem "posto atrás", ou seja, que tem "introduzido algo em seu rifício
anal". Você acabou de derrotá-lo. Seus amigos já não vão mais rir tanto quando você declarar que gostou do refrão da música das meninas do Rouge.
A que horas que o sol caminha melhor?
Como você é uma criatura ingênua e cooperativa, deve querer passar por cima da aparente falta de sentido da frase que seu colega lhe formulou. Com toda sua boa vontade, vai achar que ele simplesmente perguntou, de forma errônea, a que horas é mais apropriado caminhar sob o sol. Tolo. Na verdade, seu inimigo está usando mais um truque fonético para perguntar "A que horas soco a minha melhor?". Levando em consideração que o verbo "socar" tem conotação sexual, no sentido de "penetrar com força em estocadas regulares", qualquer resposta sua com informação sobre horários será interpretada como uma dica para o momento em que seu adversário pode sodomizá-lo com mais facilidade. Para mudar drasticamente esse quadro humilhante, aproveite a situação. Olhe para seu relógio, finja que vai lhe dar um horário e, subitamente, diga: "Sabe de uma coisa? Quero vender meu relógio. Sessenta no meu, rola?". Mesmo se não estiver interessando em comprar, a tendência é que o canalha diga "sim", só para dar prosseguimento à tentativa dele de zombar de você. Mas na hora em que ele concordou com a oferta, o sujeito já estará sendo alvo de risos. Não entendeu? É que você perguntou a ele "Se senta no meu?", ou seja, "você repousaria as nádegas em meu pênis?". Agora suas opiniões já são plenamente respeitadas pelo grupo. Você não será mais reprimido quando mencionar algum defeito naquela menina que todo mundo acha sensacional..
Bonita sua camisa! Linho fio grosso?
Que bom! Alguém finalmente reparou em sua camisa de linho grosso, não? Acorde, bobão. O pulha está mesmo lhe perguntando "Lhe enfio o grosso?", que significaria "Introduzo meu membro de grande calibre em seu ânus?". Não fique assustado. Há como dar continuidade à construção de sua nova imagem. Você pode dizer algo como "Acho que não, mas se eu usar força rasgo a sua" ou partir para algo mais complexo. Diga: "Por falar em moda, reparei que seu pé é grande. Bota em você não aperta, não?". Achando que ter pé grande significa ser dotado de avantajadas proporções penianas, seu adversário concordará. Você não deve ter percebido, mas passou a perna no coitado, perguntando "Botar em você não aperta?", ou seja, "Introduzir um membrosexual em você dá a sensação de aperto no agente ativo da relação?". É, companheiro. Chega de ser ridicularizado quando sua mãe lhe obrigar a sair com um guarda-chuva em tempo nublado. Seus amiguinhos vão lhe achar um rapaz precavido, em vez de um idiota obediente.
Há um índio sentado na floresta e outro sentado no asfalto. Qual deles tem terra na bunda?
Não se trata de um simples teste de lógica. A pergunta de seu colega tem fins obscenos. Ela significa "Qual deles te enterra na bunda", uma forma marota de perguntar "Qual deles introduz o pênis profundamente entre suas nádegas?". Chato cair nessa, não? O primeiro passo é dizer "nenhum deles". Feito isso, aproveita o tema "bunda" e diga "Por falar nisso, qual é a bunda mais virgem do mundo?". Quando ele disser que não sabe, puxe a onda de risos coletivos dizendo "Ah! Então você não garante que é a sua, ein?". É bobinha, mas funciona. Ainda mais com o prestígio que você tem agora, deixando de ser sacaneado por ser o único virgem da turma (seus amigos agora dizem que sua virgindade é decorrente de seu elevado grau de exigência).
Fala com meu pau na goela!
Não há nenhuma zombaria escondida na frase. Ela está mesmo escancarada. Seu inimigo lhe pôs numa situação imaginária na qual qualquer coisa que você disser dará a entender que você realmente estaria pronunciando algo com o pênis dele lhe tocando a garganta por dentro. É sim uma idiotice, mas a brincadeira é muito difundida em certas partes do país. Também não adianta ficar quieto, pois seu adversário diria "Engasgou, né?". A melhor saída é inverter o jogo com uma rima simples, que dá a impressão de agilidade mental. Diga apenas "Sua mãe chegou, passo pra ela!". Seus colegas não vão ligar para a possibilidade de você ter falado com o pênis do indivíduo na boca, e sim com o fato de, nesse bizarro universo hipotético, a mãe dele ter ficado com o membro entre os lábios. Essa jogada é mais um item em seu glorioso currículo. Ninguém mais se lembra das vezes em que você apanhou de coleguinhas que estavam uma série abaixo da sua na escola.