Pinel - Band Curto '01

[Marcus DT]

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Fala galera, chegou a hora de apresentar o mais novo integrante da casa.

Desde pequeno habita na família um Bandeirantes 1987 capota de lona, que por muitos anos foi o "brinquedo" do meu velho, foi nela que aprendi a dirigir e quando moleque fiz várias viagens ao lado de meu pai. Muitas foram as férias escolares que curtimos viajando, quase sempre era Band na estrada e aventura (pescarias no Tocantins, viagens pelo interior do Brasil, etc), várias lembranças boas.

Com isso, pode-se dizer que "herdei" do velho todas as suas paixões: motos, jipes e viagens. Aos 16 comprei uma DT180 1983 e desde então os brinquedos foram crescendo... levou quase 30 anos até o primeiro jipe. Como não podia ser diferente, meu tesão sempre foi pelas Toyotas, mas após procurar um bom tempo por uma inteira (e que coubesse no meu bolso), não encontrei.

Passei então a olhar Defender, mas me assustei com as notas fiscais de manutenção apresentadas pelos donos (jipes pouco rodados com milhares de reais gastos em manutenção). Comecei a ver Troller, mas o estado dos usados - na maioria das vezes - era lastimável pelo ano do jipe. Enfim, por insistência de um amigo que tem dois Troller 2.8 (já teve 3.0, mas voltou para 2.8), comecei a olhar Jimny.

Rapidamente encontrei um única dona, totalmente original com apenas 8.000 kms... estado de 0km. Na ocasião eu estava morando em Brasília e o jipe estava no Rio, pedi para meu sogro ver e comprei a distância, sem ver (nunca sequer tinha andado em um antes). Não dava para perder o negócio, o jipe era 0km e estava dentro do que eu podia pagar. Ainda levei umas duas semanas para poder vir ao Rio buscá-lo, nesse meio tempo já tinha comprado quase que todos os acessórios pra ele (pneus, protetores, bagageiro, etc).



Enfim, o Jimny era lindíssimo, tão impecável que não tive nem coragem de colocar na trilha, só saia da garagem para viagens. A família toda gostava da versatilidade, luxo e conforto do pequeno. Fui muito feliz no pouco tempo que o tive (1 ano), rodei quase 10.000 kms, zero dor de cabeça, só alegrias. Nunca me dava aporrinhação, me levava em qualquer lugar que eu precisasse, mas tinha um grave problema: não era um Bandeirantes.

[Marcus DT]

Continuando...

O resultado? Eu continuava olhando diariamente todos os classificados, sempre de olho nas Toyotas. Li em algum lugar que a gente não escolhe uma Band, mas que ela escolhe você. E assim foi comigo, olhei dezenas de jipes, até que apareceu uma que me chamou a atenção. Era da "nova" (modelo 2001), o dono parecia uma pessoa tão neurótica quanto eu (coisa rara) e o principal estava buscando um Jimny. Fui até a casa do Sr. (150 kms), cheguei às 10h da manhã e sai de lá às 19h da noite, passamos o dia proseando sobre os jipes... deu negócio.



Considerando a "viagem" de volta, fui chegar em casa lá pelas 21h. Não teve como esquecer a reação da minha sogra ao ver o ícone japonês chegando "você ficou maluco? trocou aquele jipinho lindo por essa lata velha e ainda voltou dinheiro? você é doido!!". Assim, meu tão sonhado jipe foi batizado já nos primeiros minutos sob meus cuidados: Pinel. Segundo o Wikipédia "hospital psiquiátrico localizado no bairro da Praia Vermelha na cidade do Rio de Janeiro. O hospital é tão famoso no Rio de Janeiro, que a palavra pinel entrou no vocabulário popular como sinônimo de maluco.".



Confesso que bateu um frio na barriga, trocar uma viatura praticamente 0km por outra mais de uma década mais velha e com muitos milhares de kms a mais nas costas. Enfim, tem coisas que só gente pinel entende... "mais vale um gosto do que um tostão no bolso". Apesar do dono anterior ser bastante zeloso, a viatura estava carecendo de uma atenção especial. Além daquela revisão de praxe quando se compra qualquer veículo usado (fluídos, filtros, correias, mangueiras, etc), ainda estava precisando trocar os pneus e concluir a funilaria (pintura).

[Bernardo Hoelz]

Fala Marcus, demorou mas saiu o tópico!! rsrs
Vou acompanhar de perto meu amigo, parabéns. Só não vou falar como já esta hoje, mas bem montada com muito bom gosto.

Abraços,

[Diogo_Vargas]

Show a história. Vou ficar de olho para acompanhar, vou tentar a escrever nas férias um pouco sobre a minha Band também.

Abraço e seja bem vindo Toyoteiro!

[Marcus DT]

Bernardo, pura falta de tempo, mas aos poucos vou contando o desenrolar...

Diogo, muito show o tópico da tua Band e as aventuras pelo Sul. Tô sempre de olho!

Consumada a "loucura", mãos a obra. Como todo veículo usado e com uma certa idade, toma tempo e requer atenção. Comecei pelo mais difícil: tentar fazer a patroa aceitar que a Band poderia ser mais agradável que o Jimny, kkk. Limpeza completa do interior, aproveitei e tirei o macaco, chaves originais (3) e o triângulo, tudo original e dentro da embalagem de fábrica em couro, da Toyota. Lubrifiquei, embrulhei num pedaço de couro e "travei" embaixo do banco para não fazer barulho. Também aproveitei e fiz o prolongamento do dreno do ar-condicionado (estava pingando no pára-lama, direcionei para o chão) e umas proteções (com borrachas) nas mangueiras que estavam roçando, entre outros mimos básicos (regulagem de portas, lubrificação, tirar grilos, etc). Também aproveitei a oportunidade (um achado) e dei o primeiro presente: um engate militar.



Apesar de eu gostar de meter a mão, não tenho tido muito tempo e, principalmente, desconheço profissional que eu confie para mexer aqui no Rio. Aí que entra meu maior incentivador da loucura: meu velho. Ele tem um certo tempo sobrando e é apaixonado pelas Bands... só tem um problema: mora em Brasília. Na realidade, não é um problema, pelo contrário, é um bom motivo para colocar a viatura na estrada. Conversa vai, conversa vem, fiz um convite para o velho vir ao Rio e subirmos juntos até Brasília, ele aceitou. Mandei a passagem e numa terça-feira a noite ele pousou no SDU.

Fiz questão de buscá-lo para ele poder ter o primeiro contato com a viatura, afinal, seria uma viagem de 1.200 kms, começando no dia seguinte. O velho é gozador, já começou sacaneando o fato do Pinel estar "zebrado" (falta pintar), depois foi tirando sarro por ser 2000/2001 (a dele é 2001/2001), faz parte, kkk. No dia seguinte deixei a chave e saí para o trabalho. Pedi que ele verificasse a lanterna traseira (estava com mal contato) e trocasse o óleo, antes de meio dia a viatura tava pronta para pegar a estrada. Consegui sair do trabalho mais cedo (por volta das 14h), perguntei a ele o que tinha achado e se o Pinel teria condições de encarar a viagem... a resposta "isso aqui é Toyota meu filho, com arame e alicate vai até o Japão". Depois desse veredito, vambora!

Saímos por volta das 15h na intenção da primeira parada ser no Roselanche, em Barbacena - MG. Faltando uns 4 kms para a parada aquele barulhão, o escapamento havia partido. Tirei um pouco o pé e fomos rodando devagar. Ao abrir o capu vimos que havia partido bem próximo ao coletor, de novo, o velho "trouxe arame?", prontamente respondi que nem uma chave de fenda, kkkk!! Como somos pé-quente, em menos de 10 minutos já tinha um monte de gente nos ajudando, apareceu alicate, arame e um sujeito muito habilidoso. Em quanto eu apanhava para amarrar o escapamento embaixo (onde não havia o suporte e por isso ocasionou a quebra), o cabra já estava fazendo um trabalho de artista na junção do escapamento aonde havia quebrado.



Apesar de não ter ficado 100% - seria impossível arrumar algum soldador naquele horário - decidimos seguir até BH, que era o destino do dia. Obviamente em ritmo um pouco mais lento, mas conseguimos chegar em segurança. Havia combinado de encontrar um Sr. que estava vendendo rodas de L200 Savana, porém, como atrasamos, deixei para o dia seguinte e expliquei que estávamos precisando de um soldador. Dormimos em BH, noite regada a cerveja, churrasquinho de gato e muita conversa. Viajar com o velho é sempre um privilégio, altas histórias!

[Dimasi]

Acompanhando e aguardando os próximos capítulos

[Marcus DT]

Dimasi, agora já tô de olho nos grupos de whatss dos Toyoteiros, tentarei comparecer nos próximos encontros!

No dia seguinte, acordamos cedo, porém era feriado... pense numa dificuldade para encontrar alguma loja aberta em BH. Nos encontramos com o Seu Geraldo (Toyoteiro, de Hilux), que além de nos vender as rodas, rodou metade da cidade até conseguir uma loja de escapamentos que pudesse nos atender. Grande ajuda, muito obrigado!

Chegamos na loja, perguntamos se estava aberta "de verdade" e a resposta não poderia ter sido melhor: em quanto estiver serviço, estará. Fomos recebidos por dois irmãos pra lá dos 60 anos, muito experientes, conseguiram na base da paciência e do WD40 retirar as 3 porcas que seguram o escapamento ao coletor. Daí pra frente foi moleza, retiraram a parte quebrada, soldaram com MIG e fabricaram o coxim/suporte que estava faltando. Pode-se dizer que foi um serviço com mais de 180 anos de experiência, é só olhar as fotos (meu velho dando palpite), kkkk!



Só não foi perfeito porque na hora de cobrar, meteram a faca... faz parte, o que interessa é que ao meio-dia já estávamos na estrada novamente. Viagem seguiu tranquila, foram prazeirosos 1.200 kms na companhia do velho, mais uma que completamos juntos! Passei o sábado procurando pneus para Band, pois no domingo teria que voltar para o Rio de avião. Bateu aquela tristeza em saber que ficaria um tempinho sem o Pinel, mas era por uma excelente causa... ficará em boas mãos e voltará melhor do que foi!

[dudu83]

pensa num treco que enche o saco, essa saída... mas parabens e um carro pra toda vida sou muito suspeito pra falar

[hercilio.neto]

Grande Marcos,
Bela Band.
Que te traga muitas alegrias e diversão.
Aguardamos mais fotos

#SomosTodosPinel

[Marcus DT]

dudu83, espero que agora com o coxim correto pare de aporrinhar!

hercilio.neto, aos poucos vai ficando no jeito né!

Voltei para o Rio já com saudade do jipe, mas é por uma boa causa. O velho é o verdadeiro toyoteiro - eu ainda sou um mero aprendiz - tem Band há uns 20 anos e já rodou mais de 1 milhão de kms Brasil a fora (só transamazônica foram duas vezes, além do uso diário nos deslocamentos até a fazenda). Apesar de eu gostar de meter a mão e/ou acompanhar tudo de perto para aprender, no momento não teria o tempo necessário, por isso preferi contar com a experiência e paciência do velho para me ajudar com esses reparos iniciais (estimo que levará em torno de dois meses para fazer bem feito, com pessoas de confiança).

Passei a sexta e o sábado correndo atrás de pneus 235/85R16 para colocar nas rodas novas, não queria deixar mais esse “pepino" para o velho correr atrás. Após procurar em trocentas lojas, apenas no sábado, já a tarde, consegui achar pneus Kumho KL78 nesta medida. Não era exatamente o pneu que eu queria (Mud), mas foi o que eu consegui achar e no preço que eu podia pagar. Curti bastante o visual das rodas de L200 Savana e dos pneus (bem) mais altos (para comparação, a do velho tá com aro 15 e pneus 31)



Além do escapamento, tive outro inconveniente, no sábado. Quando fomos para a fazenda, acredito que por ter colocado diesel S10 (terceiro tanque) e pego estrada de chão (combustível balançando no tanque), na volta ela começou a falhar (falta de diesel) - ainda bem que não foi na estrada, vindo do Rio (primeiros dois tanques de S10). Deu para ir embora da fazenda e deixar na oficina... Band sendo Band, nunca para!



Na segunda-feira, já sob os cuidados do meu velho, o mecânico retirou o tanque antigo e estava cheio de sujeira, soltou tudo. Levamos num local para lavar e veio a surpresa, tinha até furo... não dava conserto, tive que jogar fora. Troquei por um CLA de plástico, coloquei uma bóia zero e filtro de combustível novo. Na fazenda tinha tentado engrenar a reduzida e não consegui. Pedimos para o mecânico dar uma olhada, ele foi direto no trambulador, dito e feito… trocamos, agora tá entrando fácil, maravilha, voltou a ser jipe!



Até safar todos esses "por menores", leva um tempinho... faz parte!

[pilotothiago]

Acompanhando o Topico,

Cara Band é uma coisa engraçada, todos nos acham loucos por gostarmos de um carro como ela, porém so quem tem sabe o sentimento,

Minha mae quando decidi vender minha caminhonete e um Troller que tinha, para ficar so com a Band, me chamou de doido, falou que tinha que me internar. kkkkkkk

Hoje posso falar que ando muito mais alegre, que com os dois carros novos que possuia antes.

[Marcus DT]

pilotothiago, realmente quem tem, geralmente, é bastante apegado. Outro dia cruzei com uma Band pick-up cabine simples - literalmente caindo aos pedaços - me chamou tanto a atenção que fui olhar de perto. Não percebi o dono chegando, quando me dei conta o cara já estava quase do meu lado, até levei um susto. Começamos a conversar, por mais que o carro estivesse bastante judiado e nitidamente usado para o trabalho pesado, era nítido o orgulho do cabra, o prazer com que ele falava dela. Não é um carro mundialmente querido a toa... vida longa as Bands!