Difícil falar sobre o Fiat Toro para o publico do maior Portal Off Road da América Latina, mas vou me arriscar aqui mais uma vez, porém, com números que poderão falar por si só.
Números em vendas de Jan/2020
Conforme apurei junto a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o Fiat Toro vende mais que as picapes médias, mesmo custando quase o mesmo valor ou em algumas vezes mais caro, como neste caso da versão avaliada, a Ranch, que custa 152.246, conforme consta na Fipe, com referencia a Janeiro de 2020.
Analisando os relatórios, descobri que se juntarmos o acumulado do ano de 2019 em vendas do Nissan Frontier (8.089) + Mitsubishi L200 (10.226) + VW Amarok (18.911) e ainda + Ford Ranger (22.218) ainda faltariam 6.123 unidades para ultrapassar o numero de vendas do Fiat Toro que foi de 65.566, deixando a Toyota Hilux logo após com 40.419 unidades comercializadas.
Os números não mostram outro caminho, a Fiat pegou um nicho que outras marcas até hoje não conseguiram superá-la. Lembrando que a VW deve apresentar em breve um modelo para competir neste segmento, mas não tenho certeza que irão conseguir desbancar o reinado adquirido pela Fiat com o Toro.
Mesmo o Fiat Toro não entrando na categoria de picape media, vou listar abaixo as vantagens e desvantagens ao escolher este modelo:
Vantagens
Tamanho ajustado;
Condução mais amigável;
Praticidade;
Conforto;
Versatilidade.
Desvantagens
Valor;
Capacidade volumétrica;
Altura de solo.
Ao fazer esta comparação. fica claro que o Toro tem dimensões mais próximas de uma picape média que de uma pequena. O uso na cidade não requer motor diesel, tão pouco a tração 4x4, tornando um veiculo suv com caçamba um pouco mais acessível. Alinhado com as boas medidas ele ainda pode ser útil em muitas aplicações familiares, além do trabalho, sem ser um trambolho de uma picape média, lembrando que o projeto do Toro é derivado do Renegade.
Ilustração do tamanho em comparação
Com tudo você ainda precisar acessar vias de difícil acesso, ainda tem opção com tração 4x4 e motor diesel, fazendo desta picape a única no segmento a oferecer essa configuração. A charada esta aí, tem um Toro para cada necessidade e pode ser um ótimo - carro picape - para trabalhar e curtir. Outro detalhe importante é a enorme rede de concessionários e para quem mora, principalmente no interior, isso faz diferença.
No trabalho ela é convincente, já que pode transportar 820 litros na caçamba ou até uma tonelada, o que não é ruim. Sobre a caçamba existe um protetor interno de qualidade, com cobertura do tipo lona marítima que não veda 100%. Com chuva forte, pode molhar alguma bagagem dentro dela, porém a água não acumula no fundo, pois existe uma excelente calha de drenagem.
Abusa dos cromados, sendo encontrado no Santantônio, estribos laterais, capas de retrovisores e alguns frisos na grade dianteira, além de placas alusivas a versão. As rodas são pintadas de cinza no tamanho de 18" com pneus 225/60. Tem ainda soleira metálica exclusiva, protetor de vidro traseiro e para-barros. Outro acessório importante que já vem de série é o engate removível Mopar, que quando instalado fora da concessionária pode levar a perda de garantia do fabricante.
No interior, além de revestimento dos bancos marrom com bela costura, é possível encontrar o nome Ranch em outros lugares, como no console central, tapetes e portas. As colunas e forro de teto são de cor preto, o que favorece o uso na lida sem ficar com aspecto de encardido, se fosse no tradicional cinza clarinho.
O banco do motorista é o único a receber ajuste elétrico. No traseiro tem um descansa braço central com porta objetos e copos. Já no console central dianteiro o apoio de braço recebe o mesmo revestimento dos bancos. Um espaço que pode ser bem aproveitado e que eu gosto muito fica abaixo do assento do passageiro.
O volante multifuncional é um dos meus preferidos, principalmente pelos botões de ajuste do radio que ficam atrás, próximo as famosas borboletas de trocas de marcha. Nesta versão tem também molduras acompanhando a cor dos bancos, em tom diferente, mas que combinam muito bem.
O sistema de tração é acionado sob demanda e pode ser travado (lock) ou reduzido (low) por um botão no console central próximo da alavanca do cambio. A chave é do tipo presencial, basta tê-la no bolso para travar ou destravar as portas e dar partida no motor, mas se quiser usá-la como um tipo controle remoto, é possível dar partida a distancia (para acionar o ar condicionado por exemplo), abrir ou fechar todos os vidros e ainda destravar as portas da caçamba.
O motor diesel é muito bom para a proposta, rende 170cv e gera quase 36kgfm de torque. Considerando os seus quase 2ton que geram 11kg/cv de peso x potencia, o que é bom, porém, o pedal do acelerador merecia um ajuste fino para diminuir o delay. O cambio automático ZF de 9 marchas ajuda a economizar combustível, que não sei dizer se nosso diesel piorou ou se este motor ficou ligeiramente mais gastão. Cheguei a registrar 18 km/l na estrada e ultimamente tem sido raro chegar a 16 km/l. Ainda assim, considero econômico.
O conforto no uso é idêntico a um veiculo convencional, ou no maximo de um suv. Já o espaço interno mesmo sendo homologado para 5 ocupantes, sugiro 4, deixando o banco traseiro menos apertado.
No off road faz milagre com estes pneus, principalmente na lama. Testei subidas severas, molhadas e com pedras soltas, nenhum momento hesitou. A altura do solo realmente perde para as picapes médias, mas é aceitável.
Em resumo, posso dizer para quem nunca teve experiência com um Fiat Toro que o preço é muito caro mesmo, mas também não vejo nada barato por ai. É um suv com uma pequena caçamba como um 'plus'. Tem um design atraente e conforto acima da média, além de se encaixar onde as maiores não se encaixariam. Nicho que esta vendendo muito, se fosse ruim não venderia tanto, por isso, eu recomendo!
Flávio Verna _ Insta: @4x4Brasil e @flaviostm