Motor ELKO - Matéria na 4Rodas (Agosto/1987)

[Dieselboy]

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[romeu]

Po, e que fim levou esse projeto?

[jeisonk]

Po, e que fim levou esse projeto?

O mesmo de muitos outros que seriam revolução, foram comprados a calorosos pedido$$$$ dos grandes produtores de petróleo desse mundo.
Não adianta, eles mandam na coisa e podem comprar qualquer projeto que apareça.
Talvez se hoje aparecesse algo assim teria chance de ir pra frente, com essa onda de aquecimento global, combustíveis renováveis, etc, mas naquele tempo jamais.
A tecnologia para isso existe e muito mais, se deixassem a coisa evoluir, hoje os carros estavam andando movidos à água/sol, etc a muito tempo.
Dieselboy, muitíssimo interessante essa matéria.

[Dieselboy]

"... Dieselboy, muitíssimo interessante essa matéria ..."

Tem ainda 2 matérias sobre o mesmo assunto, que datam da mesma época. Numa destas a revista 4Rodas inclusive "visita" a fábrica destes motores na Alemanha e entrevista um dos cabeças do projeto. Na outra matéria, realizam testes numa picape Chevy 500, aqui no Brasil e mostram resultados similares ao testes com o Audi da matéria acima.

Extrapolando para os dias atuais, fico pensando o que terá acontecido com o motor Elko que foi instalado nessa picape Chevy??? A única certeza é que ainda deve estar escondido em algum rincão deste Brasil

O pior mesmo foi terem comprado a idéia para logo a seguir enterrá-la, pois como bem disseram, na época era um risco em potencial ao mercado petrolífero Quanto desperdício

Imaginem quanto tería-se poupado o meio-ambiente dos problemas atuais decorrentes do uso de combustíveis fósseis???

[bcantunes]

Os caras ainda estão vivos.... e aqui no Brasil!!!!!!!!!!!!!

O site é: http://www.elsbett.com.br/

Tem na Alemanha também: http://www.elsbett.com/engl/index.htm

[JairoM]

Que maravilha....

Farei contato com eles amanha mesmo..... Quem sabe a gente pode começar a rodar com os nossos motores originais, com pequenas modificações ???

Vou tentar uma estimativa de custo.

Assim que tiver uma resposta, posto aqui....

[Dieselboy]

"... Farei contato com eles amanha mesmo ...... Vou tentar uma estimativa de custo .... assim que tiver uma resposta, posto aqui ..."

Jairo, sem querer te desanimar mas esse pessoal ou está extremamente ocupado ou não tem noções mínimas acerca do serviço de atendimento aos clientes em potencial

Enviei 2 e-mails e até a presente data não obtive resposta alguma

de qualquer maneira, desejo-lhe sorte no intento, caso obtenha resposta por favor informe-nos.

[Luciano SHAKALL]

"...Tem ainda 2 matérias sobre o mesmo assunto ...
... Na outra matéria, realizam testes numa picape Chevy 500, aqui no Brasil e mostram resultados similares ao testes com o Audi da matéria acima..."

A quem tiver interesse:

Postei lá no fórum de dowload, essa matéria da "Chevy Elko" que o CAmaRAda Dieselboy comentou (4 Rodas, edição de Junho de 1988 - Nº 335).
O Tópico é: Motor Elko (http://www.4x4brasil.com.br/forum/sh...ad.php?t=29454).


Dieselboy, tomei a liberdade de montar também, um arquivo em PDF com essa matéria que postastes aqui, para reunir as duas reportagens "lá nos dowloads", beleza?

[]'s

[DougBRSP]

Pesquisando no Google, achei esta entrevista no site: http://www.aondevamos.eng.br/boletins/edicao16.htm

A TECNOLOGIA ELSBETT E A OFERTA DE KIT'S DE CONVERSÃO DE MOTORES DIESEL
PARA CONSUMO DE ÓLEO VEGETAL, NO BRASIL, PELA FENDEL TECNOLOGIA

A Elsbett surgiu no mercado na década de 80, em plena motivação da implementação de novas fontes energéticas dada pela crise do petróleo, com um motor multicombustível ideal para consumo de óleos vegetais "in natura", o motor Elko. Desenvolvido na Alemanha pelo engenheiro Ludwig Elsbett é, a grosso modo, um motor de ciclo diesel semi-adiabático otimizado para funcionar com quase todos tipos de combustíveis, sem alterações.
No Brasil, foram feitas várias demonstrações com instalação em veículos nacionais, tendo apresentado bons resultados de desempenho e economia, segundo as revistas especializadas da época, que promoveram farta cobertura sobre o assunto. Vários acordos foram ensaiados para produção do motor no país, mas não se concretizaram.
Mesmo na Europa, o motor multicombustível não conseguiu o mercado esperado e a empresa partiu para produção de kits de conversão para motores diesel em motores a óleo vegetal. Esta oferta de conversão está disponível no Brasil pela empresa Fendel Tecnologia que utiliza os kits da Elsbett. Conversamos com o responsável pela empresa, o engenheiro Thomas Renatus Fendel, ferronho defensor do uso dos biocombustíveis, que nos falou desta parceria e de seus planos para desenvolver tecnologia própria para conversão de motores diesel para consumo de óleos vegetais, opção bem mais barata que os motores multicombustíveis e, também, mais difundida atualmente, como nos esclareceu ele.


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Falemos inicialmente da sua parceira, a Elsbett, que já esteve no Brasil, na década de 80, no auge da crise do petróleo, com os surpreendentes motores Elko, que praticamente consumiam tudo que era óleo: o diesel, de amendoim, de soja e outros óleos vegetais inclusive óleo de fritura já utilizado. Que produtos a Elsbett oferece atualmente em termos de motores multicombustíveis?
[Fendel] Eles oferecem kits de transformação de motores Diesel para óleo vegetal

Na Europa, já existe uma política ou mesmo pontos de distribuição de óleos vegetais “in natura” para atender os automóveis?
[Fendel] Existem aproximadamente 20.000 veículos transformados e abastecidos com óleos vegetais em postos específicos e "em casa", em reservatórios de 1000 litros reabastecidos por caminhões pipa.

Quais os óleos vegetais mais utilizados na Europa?
[Fendel] Basicamente se utiliza em grande escala o óleo de Colza (Canola, Raps).

E há outra opção de fabricantes ou de tecnologia, além da Elsbett?
Sim, pelo menos mais sete, só na Alemanha. Há uma lista disponível na Internet no endereço: http://www.regoel.de/PDF/Bewertung_Umruester.pdf

Na sua opinião por que, a nível governamental, se fala razoavelmente em biodiesel e bem menos em motores que consumam óleo vegetal bruto? A opinião de alguns especialistas é de que as duas opções se completariam: O biodiesel facilitaria a introdução do óleo vegetal nas frotas automotivas atendendo os motores diesel atuais, sem requerer modificações, no máximo ajustes. Já os motores multicombustíveis e a óleos vegetais consolidariam gradativamente os óleos vegetais brutos, de menor custo, pela renovação das frotas e conversões dos motores, que são processos mais demorados e requerem investimento do usuário final. O senhor concorda com esta opinião?
[Fendel] Concordo que o Biodiesel é transitório entre a era fóssil e a era da bioenergia. Acho que o governo deveria investir também nos óleos vegetais puros.

Falando agora de Brasil e de sua empresa. Que produtos da Elsbett está oferecendo ao nosso mercado e quais são seus clientes potenciais? Já existem nichos de mercado identificados?
[Fendel] Minha parceria com a Elsbett se encontra em banho Maria, percebo que o negócio deles é vender. Estou desenvolvendo a tecnologia nacional sozinho. Os nichos são infinitos, onde se necessita de energia se deve usar a definitiva bioenergia.

Quais são as nossas melhores opções de óleos vegetais combustíveis?
[Fendel] Temos tantas espécies que é difícil escolher as melhores. Temos dendê, mamona, babaçu, girassol, caroço de algodão, pinhão manso, soja, e outras centenas.

Que veículos ou motores podem ser convertidos? E quais as vantagens de se ter um multicombustível no Brasil?
[Fendel] A princípio, todos os motores Diesel podem ser transformados para óleos vegetais. Considero bobagem o tal do multicombustível. É um modismo inócuo. Penso que se deveria otimizar os motores para um só combustível. Seriam mais baratos e mais eficientes.

Para termos uma idéia de valores. Qual seria o custo aproximado para a conversão de um motor diesel automotivo típico de camionetes médias?
[Fendel] Carros R$ 2.000,00 - camionetes R$ 3.000,00 e caminhões R$ 4.000,00

Que benefícios a utilização de óleos vegetais como combustível traria para o país?
[Fendel] Independência energética, seqüestro de carbono, emprego, desenvolvimento, biofertilizantes, sustentabilidade, a volta do homem ao campo, dignidade política, exportações de bioenergias preferencialmente a preços justos, etc.

O que é necessário para se legalizar a conversão? Já é possível esta legalização em qualquer estado?
[Fendel] Embora na lei do Denatran n. 04/86 conste no anexo V na tabela de combustíveis o óleo vegetal como item 8, na prática os Detrans se negam a legalizar os veículos. Estou impetrando um mandato de segurança para poder andar com os meus carros.

Existem perspectivas da oferta de novos produtos pela Fendel?
[Fendel] Quero desenvolver estes bioconversores para todos os motores. Bem como as demais bioenergias: biogás, carvão vegetal, alcatrão, briquetes de resíduos, gaseificadores, etc.

Qual a maior dificuldade que tem enfrentado para desenvolver essa tecnologia? Tem tido algum apoio?
[Fendel] A maior dificuldade são os estúpidos subsídios e a ignorância. Veja, estão vendendo o sujo gás natural, quase que de graça. Pensam que energia é algo barato. Escondem a realidade da exaustão das fontes fósseis. Não querem aprender ou entender que os vegetais sequestram carbono da atmosfera, e que o saldo de carbono atmosférico das bioenergias é negativo, ou seja, com o uso intensivo dos vegetais estamos promovendo o efeito geladeira, o contrário do efeito estufa.
Tenho recebido o apoio moral de inúmeras pessoas, e sou aplaudido em pé nos seminários em que me infiltro. Junto às bioenergias, também divulgo minha ENERNET, outro projeto igualmente fantástico.

Podemos anotar A ENERNET como pauta para uma nova entrevista ?
[Fendel] Sem dúvida, pois se trata de um projeto que inclusive engloba as bioenergias no eficiente modo de cogeração. Resumindo, a ENERNET é semelhante à rede de informação (Internet) na área de energia elétrica, em que os pequenos particulares possam injetar energia elétrica nas redes concessionárias, através das infinitas fontes que a natureza nos proporciona.

Obrigado pela receptividade e disposição. Desejamos muito sucesso em vossos empreendimentos de energias renováveis.
[Fendel] Também agradeço esta grande oportunidade de poder divulgar as bioenergias definitivas, único meio a perpetuar nossa espécie. A quem gostaria de mais informações, convido a visitar www.fendel.com.br onde se encontra grátis para leitura o meu livro: "Brasil, até quando?" que trata de sugestões .

Então, até a próxima.


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Thomas Renatus Fendel, natural de Rio Negro no Paraná, é Engenheiro mecânico, formado pela UNESP - Universidade Estadual Paulista. Notório defensor da utilização dos biocombustíveis, é proprietário da Fendel Tecnologia, parceira para o Brasil da Elsbett. Além disso, projeta e desenvolve máquinas e dispositivos para utilização das energias renováveis, em especial.


* Entrevista realizada com recursos eletrônicos: Internet e telefone
** Disponível também no site: www.motoresdecombustao.eng.br

[Sukys]

Po, e que fim levou esse projeto?

O mesmo de inúmeros outros projetos sobre motores movidos à água, por exemplo.

A QR deu um baita espaço pro motor Elko e a "vaca mecânica", "cavalo de aço", sei lá, um gerador "bio-não-sei-das-quantas", que se me lembro bem só apareceu em forma de desenho ou foto sem grandes detalhes.
Na época dessas matérias cheguei a trocar idéia com um engenheiro da Ford, e ele me chamou a atenção para um fato curioso. Lá pelas tantas o Chevy foi abastecido com banha de côco, ou coisa de densidade parecida, não lembro ao certo. Motor funcionar com coisa do tipo não duvido, mesmo porque já existiu motor que funcionou até com carvão em pó, mas como é que bomba e distribuidor de motor diesel, DE SÉRIE, consegue "chupar e deglutir" coisa do tipo?
Vamos pedir cartas, ajuda aos universitários ou pular?
Não demorou muito e a QR simplesmente não escreveu mais nenhuma linha sobre o motor Elko, quem tinha o direito de exploração faliu ou fechou, e daí a surgirem os fatídicos e certos rumores de complô foi só uma questão de tempo e imaginação.

No texto copiado da web fala-se em conversão de motor, inclusive com preço estimado, só que um pouco mais abaixo a conversa muda pra bioconversor.
Afinal, qual é a atual proposta?
Alteração de ciclo de motor (adiabático pra semi-adiabático) requer reprojeto de cabo a rabo, bioconversor pode ser coisa viável mas não tem nada (ou quase nada) a ver com o motor, já a transformação de motor convencional em semi-adiabático, ou coisa que o valha, lança no ar cheiro de banha queimada...

Inventor pode ser maluco mas não é louco, e só abre a boca sobre algum invento depois de sacramentado em patente. Daí pode falar à vontade, inclusive com detalhamento técnico, porque se alguém roubar a idéia vai é ganhar a vida no mole, na base da indenização, e muita conversa com informação confusa geralmente esconde aquele pequenino detalhe que inviabiliza a idéia.
Por outro lado, patente não é garantia de funcionamento, mas tem muita gente que compra patente ou direito de exploração, e de boa ou má fé tenta repassar a idéia furada pra todo mundo, geralmente alegando complôs e outras dramaticidades.

OPEP contra tecnologias bio?
Qualquer um que esteja lendo este texto, em qualquer lugar que esteja, retire tudo o que tem componente derivado de petróleo e não vai sobrar nem tinta na parede, talvez nem parede, muito menos computador. Provavelmente não sobra nem dente postiço ou cueca.
Se por uma mágica qualquer o combustível derivado de petroleo deixasse de ser utilizado, basta alterar o craqueamento do petroleo pra outros derivados, e ponto final, sem crise, sem choro e nem vela, que por sinal é feita com parafina!

Sds,
Sukys

[DougBRSP]

É eu também achei meio estranha essa história de kit de conversão, uma coisa é um motor desenvolvido para funcionar desta forma, outra é transformar um motor, será que fica bom.

Tem um programa que passa na National Geographic se não me engano, em que eles percorrem um trajeto de um ponto ao outro dos EUA utilizando apenas combustíveis alternativos de origem não fóssil.

No último programa que vi, eles compraram um furgão a diesel e percorreram o trajeto abastecendo com óleo vegetal que era doado a eles por lanchonetes e restaurantes no percurso, o furgão possuía dois tanques um com óleo diesel e outro para óleo vegetal e uma chave que fazia a seleção entre um e outro, assim todo dia antes de iniciar o trecho do dia ele ligava o furgão com diesel, esquentava por 5 min e então passava para o óleo vegetal, ao final do dia ele fazia o processo inverso, antes de desligar deixava o furgão funcionar por 5 min com óleo diesel para limpar o sistema.

[Julio Militão]

Ressucitando o tópico:
Aqui em Rondônia, num Projeto de nossa Universidade Federal, estao utilizando em um gerador movido a diesel numa reserva extrativista o oleo de babaçu da mesma forma, ignicao inicial com diesel, depois com oleo vegetal e antes de desliga-lo, volta pro diesel. Já tem uns 6 meses de uso diário sem problemas. O oleo é tambem pré aquecido para diminuir sua viscosidade.
Um problema para uso direto, sem auxilio do diesel e de pre aquecimento, seria o desenvolvimento de bicos injetores especiais para oleos vegetais, para compensar a maior viscosidade, alem de regular a queima para garantir a combustao completa. Na composicao dos oleos vegetais existem os conhecidos fospolipideos que tem queima dificil e podem deixar residuos, o que consiste num problema, problema este que pode ser resolvido com a "lavagem" do óleo filtrado com agua quente, tres vezes no minimo.
Como se vê, solucao existe e, dependendo da origem do óleo, vale a pena a gente pensar em usar os oleos vegetais como alternativa ao diesel. QUem tem sitio com babaçu, ou qualquer oleaginosa, pode com um investimento relativamente pequeno, cerca de R$30.000,00 montar uma unidade de producao de cerca de 300 litros dia (8horas/dia), dependo da oleaginosa, vender a preço de mercado e, ainda, o que sobrar, tratar com agua quente e jogar na caranga, com pre aquecimento instalado. Calcule!
Um abraço a todos.